Assis, Lilian Bambirra deCarmo, Luana Jéssica Oliveira2025-08-042019-02-28https://repositorio.cefetmg.br//handle/123456789/2060O objetivo desta dissertação foi compreender, pela perspectiva ergológica, o que a história de vida de um empreendedor tem a revelar sobre o empreendedorismo. O campo de estudos do empreendedorismo teve como marco histórico a década de 1970, quando mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas fizeram com que o fenômeno ganhasse notoriedade, se tornando objeto dos estudos de gestão. Foi possível refletir sobre o alinhamento das teorias administrativas aos interesses do capital, desde a escola clássica da Administração até o modelo de produção flexível. Atualmente, o debate se dá em torno da ideia do empreendedorismo, da gestão de si. O resgate histórico dá indícios de que o empreendedorismo é uma ideologia depositária da racionalidade neoliberal, que tenta ocultar os conflitos existentes entre capital e trabalho. Isso pode ser confirmado pelo seu auge em um momento de globalização e aumento da concorrência, o que resultou em demissões em massa nas empresas que não conseguiram acompanhar o novo cenário concorrencial. Assim, emergiram os discursos estimuladores do empreendedorismo como uma forma de se alcançar o sucesso, na tentativa de camuflar a crise do desemprego. Esses discursos influenciam os processos decisórios dos sujeitos por serem pautados em conselhos, imperativos e normas de conduta que funcionam como um sistema de dominação e fazem com que os indivíduos assumam comportamentos compatíveis com os valores neoliberais. Ao adotar a abordagem ergológica para enxergar o empreendedorismo como uma ideologia, vê-se um desequilíbrio entre os polos do sistema tripolar (político, mercado e atividade), já que tanto o Estado quanto o indivíduo passam a ser guiados pelos valores do mercado. Nesta dissertação buscou-se jogar luz à atividade do empreendedor e para isso foi adotado o método história de vida como caminho metodológico. A história de vida de Tux evidencia que suas narrativas são influenciadas pela ideologia do empreendedorismo. Entretanto, ao contar sua história, emergiram os conflitos, debates de normas, usos de si por si e pelos outros, contradições entre os valores mercantis e valores do bem comum, o que afeta seus processos decisórios. Demonstrou-se como a história de vida pode ser utilizada como um dispositivo ergológico no que tange a convocar o trabalhador para produzir conhecimentos sobre sua atividade. A história de vida de Tux também representa as histórias de vida de muitos outros empreendedores brasileiros, que lutam para manter as suas empresas em funcionamento mesmo perante um cenário desfavorável.pt“Eu caço e mato um leão por dia”: um estudo ergológico da trajetória de vida de um empreendedorDissertação2025-08-04EmpreendedorismoIdeologia - NeoliberalismoTrabalho - Estudo e ensino