Ferreira, Débora PazettoLemos, Ana Isabel Silva2023-09-192019-08-26https://repositorio.cefetmg.br/handle/123456789/470A presente pesquisa objetiva demonstrar como se apresentam o machismo e o sexismo institucionalizados na divisão dos cursos e do conhecimento pela análise da criação dos coletivos feministas e LGBT no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). Optou-se pelo Cefet-MG como lócus da pesquisa por ser uma instituição federal centenária de educação técnica de nível médio, tradicionalmente voltada para cursos inscritos como masculinos na divisão sexual do trabalho. A instituição escolar foi analisada como aparelho ideológico do estado e como local de adestramento dos corpos a fim de produzir e reproduzir padrões e estereótipos de gênero e de controle da sexualidade. Para unir as duas diferentes pautas dos grupos organizados por estudantes da instituição, tomou-se como ponto de partida uma visão pós-estruturalista de gênero como construção histórico-social das feminilidades e masculinidades e da hierarquização intencional dessa diferenciação. Ao ampliar o escopo teórico, analisou-se a distinção das áreas do conhecimento e dos postos de trabalho à luz da Teoria da Divisão Sexual do Trabalho e da construção da tecnologia como área predominantemente masculina. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com ex-alunas que participaram ativamente na criação dos coletivos Cefet das Mina e LGBTIA nos campi de Belo Horizonte do Cefet-MG. Os achados apontam que as/os estudantes, mesmo sendo, em sua maioria, adolescentes, percebiam correlação direta entre a hierarquização e valorização de determinadas profissões, com a divisão dos cursos e de como essa diferenciação era produzida artificialmente para manter a hegemonia de homens brancos, cisgêneros e heterossexuais em profissões de maior prestígio social e de maior valor social agregado. Apesar de ser usada como espaço de vigilância da norma e das relações de gênero, a escola também é espaço de luta contra opressões e em favor da equidade e, por isso, terreno de disputa e de resistência. Os coletivos analisados nesta pesquisa são apresentados como um dos lados da resistência que tem como protagonistas jovens que afrontaram normas culturais machistas e sexistas e provocaram verdadeiras mudanças no fazer institucional.ptA organização estudantil no enfrentamento ao machismo e ao sexismo: como os coletivos feministas e LGBT questionam a cultura institucional no CEFET-MGDissertação2023-09-19Educação e trabalhoDivisão do trabalhoRelações de gêneroMovimento estudantil