Moreira, Carla BarbosaSilva, Jaqueline Araújo da2025-05-162021-10-29https://repositorio.cefetmg.br//handle/123456789/1499A partir da perspectiva teórica da análise de discurso, estapesquisa teve por objetivo analisar os imaginários produzidos na circulação do discurso governamental “nazismo é de esquerda”. Para tanto, levamos em consideração o discurso que se constitui pela relação da língua, do sujeito e da história para que fosse possível analisar os imaginários produzidos na discursivização do enunciado “nazismo é de esquerda” e os silenciamentos e evidenciamentos que se constituem a partir deste. Analisamos sequências discursivas em que o enunciado chave aparece, seja na sua forma plena seja como sinônimos, a partir de notícias que tem como manchete a fala do Presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmando que o nazismo é de esquerda; a partir de comentários realizados sobre o texto intitulado “Pela Aliança Liberal Conservadora” postado pelo Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em seu blog Metapolítica 17; e a partir de tweets realizados tanto por sujeitos que ocupam a posição discursiva de governo quanto por sujeitos da sociedade em geral que se identificam com a discursivização do enunciado em questão. Com as análises foi possível compreender que as formações imaginárias são produzidas a partir da formação discursivadominante“extrema-direita” e partem do imaginário da esquerda como imigo potencial e da ameaça do fantasma comunista. Além disso, verificamos que esses imaginários são atravessados pela historicidade que os termos “nazismo” e “esquerda” possuem em condições de produção de grandes embates políticos-ideológicos e produzem evidenciamento dos sentidos que se pretendem naturalizar na língua pela resistência aos já-ditos, à memória e à história, resultando no silenciamento dos sentidos que se quer evitar, que se deseja apagar para que não sejam mais da ordem do dito. Para tanto, as análises foram sustentadas pelos conceitos à luz da Análise do Discurso de vertente francesa (Michel Pêcheux), mobilizando conceitos como memória discursiva (Pêcheux, 1969, 1988, 2015; Orlandi 2015); evidenciamento (Moreira, 2009, 2020); silenciamento (Orlandi, 2007); sujeito (Pêcheux, 1988; Orlandi, 2015). Além disso, referências teóricas como Mariani (1996) ao tratar do imaginário da ameaça comunista da imprensa sobre o PCB e Indursky (1992, 2013) ao tratar do discurso da ditadura civil-militar no Brasil, que nos permitiram confirmar novos gestos de interpretação do enunciado “nazismo é de esquerda” que são materializados por discursividades como o nome do partido nazista, nome de líderes de regimes ditatoriais e adjetivações que são sustentadas pelas marcas “mal”, “ruim”, “perverso”, “movimento” e “ideologia”.ptImaginários no discurso governamental “nazismo é de esquerda”:silenciamentos e evidenciamentosDissertação2025-05-16Análise do discursoImaginário - FormaçãoSilêncioNazismo