Alves, Mírian SousaRamos, Renata de Oliveira2025-05-162021-07-05https://repositorio.cefetmg.br//handle/123456789/1490Essa pesquisa volta-se à análise das conversas mediadas pela fotografia, por imagens em movimento e pela canção no documentário de Eduardo Coutinho, ressaltando os diferentes engajamentos de corpo do personagem em relação com essas outras materialidades na cena. Apresentamos a constituição do que se denomina cinema de conversa na obra de Coutinho e recorremos à concepção de conversa como traçado de um devir, de Gilles Deleuze e Claire Parnet no texto Uma Conversa, o Que é, Para Que Serve, apontando algumas convergências entre as concepções de conversa do diretor e do filósofo e delineamos algumas linhas que compõem o estilo do diretor: a tendência ao minimalismo no que se refere à eliminação de elementos da linguagem cinematográfica considerados desnecessários, concentrando as forças do filme em torno do encontro e da conversa; afirmação do charme do personagem fabulador e do uso menor que faz da língua; a alegria do encontro por parte do diretor e das personagens; e o cuidado que se estabelece tanto na filmagem quanto na montagem, elementos que fogem da estrutura básica de pergunta-e-resposta da entrevista clássica do documentário tradicional. Quando à conversa em cena somam-se as matérias do filme, da fotografia ou o corpo que canta, vemos que o binarismo entrevistador/entrevistado torna-se difuso, borrando, em alguns momentos, a ideia de autoria, assim como outros binarismos que presidem a distribuição de papeis que estruturam e se reafirmam na forma clássica da entrevista. Demos destaque a cenas de conversas nos seguintes documentários do diretor: Cabra Marcado Para Morrer (1984), Boca do Lixo (1993), Peões (2004) e As Canções (2011); sem deixarmos, entretanto, de citar momentos de Babilônia 2000 (2000), Edifício Master (2002) e O Fim e o Princípio (2005).ptO corpo que fala: a conversa no documentário de Eduardo CoutinhoDissertação2025-05-16CoutinhoDocumentárioConversaFabulaçãoCorpo