Navegando por Autor "Bahia, Rodrigo Zola"
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Item Sexismo às avessas?: professores homens na educação infantil na rede pública municipal de educação de belo horizonte(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2020-02-28) Bahia, Rodrigo Zola; Gonçalves, Raquel Quirino; http://lattes.cnpq.br/3286747885641896; Raquel Quirino Gonçalves; Joaquim Ramos; Alexandre Gomes SoaresA presente pesquisa está inserida na “Linha II: Processos Formativos em Educação Tecnológica” do Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica do CEFET-MG, cujos estudos focalizam temas relacionados ao trabalho-educação nos contextos socioeconômico e político-cultural, destacando os processos históricos e culturais, as relações entre as mudanças societárias, as diversidades, a educação e o mundo do trabalho. Especificamente, essa pesquisa, busca compreender como se dá a divisão sexual do trabalho docente, problematizando a atuação de professores homens na Educação Infantil na Rede Pública Municipal de Educação de Belo Horizonte (RME/BH) e verificando em que medida esses professores sofrem sexismo e preconceitos de gênero por atuarem em uma área e profissão majoritariamente femininas. Toma-se nesse trabalho a liberdade de denominar os preconceitos de gênero sofridos pelos homens de “sexismo às avessas” por se tratar de uma categoria quase sempre analisada na perspectiva da mulher. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com professores que atuam ou atuaram como docentes em Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) na RME/BH. Tendo como base teórica a Divisão Sexual do Trabalho, Violência Simbólica e a construção da Masculinidade, foi realizada uma exegese de excertos de fala dos sujeitos de pesquisa buscando-se evidenciar permanências, recuos e avanços de tais teorias na prática profissional dos professores, de acordo com suas perspectivas pessoais. Os achados revelam que a divisão sexual do trabalho, com seus princípios organizadores, é evidenciada no trabalho docente na educação infantil, sobretudo, pela discreta presença masculina nesse segmento educacional, ainda marcadamente feminilizado. Evidenciou-se também uma rejeição à presença dos professores por parte de suas colegas professoras, da direção e da comunidade escolar de forma geral. A violência simbólica, o sexismo e os preconceitos de gênero ocorrem por meio de brincadeiras, perguntas constrangedoras, insinuações sobre sua sexualidade e orientação sexual, bem como perseguições pessoais e proibições de prestação de cuidados às crianças. As reações e estratégias de resistência e enfrentamento relatadas pelos docentes estão presentes, porém distintas, diante dos cenários hostis similares em que atuam. Conclui-se que, embora na sociedade o sexismo, preconceitos e violência simbólica de gênero sejam fortemente direcionados às mulheres e à população LGBTQI+, também os homens, independentemente de sua orientação sexual, quando transgridem o status quo e se arriscam a atuar em áreas hegemonicamente femininas, estão, também, sujeitos a sofrer preconceitos. Espera-se que ao trazer tal temática ao debate acadêmico, a presente pesquisa contribua para a ampliação das reflexões e discussões sobre a divisão do trabalho entre os sexos em diferentes contextos profissionais e a partir de perspectivas de diferentes sujeitos.