Navegando por Autor "Oliveira, Geisieli Rita de"
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Item O ensino de ciências da natureza e suas tecnologias na educação básica com foco nas africanidades(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2021-05-27) Oliveira, Geisieli Rita de; Valentim, Silvani dos Santos; http://lattes.cnpq.br/8274357459966258; Silvani dos Santos Valentim; Aracele Maria de Souza; Graziele Santiago da SilvaHumanos, plantas, bichos, mundos, cosmologias e as conexões que nos agrupam são os fios que me guiaram. Descrevendo ecologia em práticas, o presente estudo teve como objeto focal o ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias na educação básica, e se propôs a compreender e analisar os processos educativos que envolvem a atuação de professores/as da educação básica, mais especificamente em efetivo serviço na etapa do Ensino Médio no Estado de Minas Gerais, para a vivência das Africanidades no ensino de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias. A pesquisa empírica foi desenvolvida através da agência de questionário ‘online’, divulgado por meio da rede social “Facebook”, dos aplicativos “WhatsApp” e “Telegram”, bem como envio de e-mail para as Coordenações Regionais em Minas Gerais dos Programas de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica – ProEB, nas áreas de: Ensino em Biologia (PROFBIO) das universidades: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Ensino de Química das universidades: Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) ; Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Ensino de Física (MNPEF) das universidades: Universidade Federal de Lavras (UFLA); Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). No total tivemos como sujeitos dessa investigação 124 professores/as sendo 72 com formação inicial em Ciências Biológicas, 33 com formação inicial em Química, 19 com formação inicial em Física. O objetivo desta pesquisa foi estabelecer diálogo e identificar aproximações e convergências entre os processos educativos vivenciados por esses sujeitos, quanto a educação das relações étnico-raciais junto aos/às alunos/as. Nesse contexto, buscouse identificar, compreender e, por fim, analisar “como” e “se” as formas pelas quais ministram suas aulas podem contribuir para o desenvolvimento de uma educação das relações étnicoraciais que seja positiva tendo como foco as Africanidades. Nesse estudo foi possível identificar que 47 professores/as conseguiram articular as Africanidades em sala de aula, sendo que 33 utilizaram objetos mediadores de africanidade nas aulas de biologia; 12 nas aulas de Química e dois nas aulas de físicas. Essa pesquisa revelou que mesmo os/as professores/as que afirmaram terem dificuldades em contextualizar, e/ou que não veem relações entre o conteúdo que lecionam com a história, a cultura africana e afro-brasileira utilizaram objetos que atuaram como mediadores de Africanidades em sala de aula. Acreditamos que esse fenômeno se deu pelo desconhecimento dos/das professores/as da construção e desenvolvimento das ciências e tecnologias de matriz africana e afro-brasileira, assim os das possibilidades de mediação das 5 Africanidades, por estarem imersos nas vivências de todos e todas brasileiros(as), não são reconhecidos como tal, e portanto, não se configura como uma presença ausência, visto que não são valorados a ponto de gerar questionamento e reflexões. Assim concluímos que para além de uma formação continuada, faz-se necessário processos formativos de desconstrução continuada de professores, visando reflexões sobre a natureza das ciências, como uma construção social e histórica que instauram normas, regras e saberes, assim sendo, reflete o momento político, econômico e cultural da sociedade, de forma que possibilite aos professores/professoras compreender como necessário que o ensino de ciências esteja em ação, e não como algo estático e datado, que outras ciências sempre foram e são possíveis . Argumentamos ser primordial promover debates e discussões em processos formativos a partir das desigualdades étnico-raciais, pois esses diálogos podem contribuir com a formação de jovens críticos e conscientes da história do Brasil e da África, dos danos da escravidão e das teorias racistas do séc. XIX, em uma abordagem interdisciplinar que abarca tanto conhecimento científico quanto sócio históricos, para consolidar o diálogo com as questões étnico-raciais em aulas de Ciências da Natureza no Ensino Médio.