Navegando por Autor "Silva, Carolina de Vasconcelos"
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Item Racismo, memória e nação: uma leitura do romance Torto arado, de Itamar Vieira Júnior(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2025-02-26) Silva, Carolina de Vasconcelos; Oliveira, Luiz Henrique Silva de; http://lattes.cnpq.br/2031878470909116; http://lattes.cnpq.br/6546188476171925; Rodrigues, Felipe Fanuel Xavier; Pereira, Maria do Rosário AlvesA partir do romance Torto arado, de Itamar Vieira Junior, esta pesquisa traça um percurso decolonial da história do Brasil, identificando, com o auxílio das encenações contidas no romance, a gênese do racismo e os impactos dos resquícios colonialistas nas relações interpessoais e estruturais do país retratados na comunidade de Água Negra, que conserva os meandros do Brasil arcaico. Na construção deste trabalho, nos apoiamos nos estudos sobre necropolítica, desenvolvidos por Mbembe (2018a), e colonialidade, elaborado por Quijano (1992; 2005). Além disso, os trabalhos de Almeida (2020), Sodré (2023) e Souza (2021) guiaram as análises sobre o racismo e suas implicações. Para as reflexões acerca do jarê, da memória e das tradições negras, foram essenciais os estudos de Senna (1980; 1984), Banaggia (2013), Simas e Rufino (2018), Rufino (2019), Parizi (2020) e Martins (2021). Entendendo que a literatura restitui a alteridade, neste trabalho, rompemos com as narrativas oficiais e adotamos uma perspectiva fincada na epistemologia negra para a construção de uma análise preocupada em trazer à luz as estratégias de resistência que mantém viva a memória e as tradições das comunidades quilombolas, presentes no romance, pontuando a performance de Itamar Vieira Junior na elaboração da obra. Como consequência das análises empreendidas, esta pesquisa problematiza o conceito homogêneo de nação e, diante dos elementos constitutivos do romance que primam pela perspectiva decolonial, sugerimos uma nova categoria de narrador. Dessa forma, esta pesquisa constitui um esforço que se soma a outros estudos decoloniais no sentido de propor, a partir de obras da literatura nacional, uma perspectiva negra disruptiva da imagem dos heróis pátrios e problematizadora das narrativas oficiais da história.