Navegando por Autor "Teixeira, Ana Carolina de Oliveira"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Um estudo de caso da implementação das cotas sociais e raciais no ensino superior do CEFET-MG (2013-2015): acesso, permanência e trajetória de estudantes negros cotistas(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2017-03-06) Teixeira, Ana Carolina de Oliveira; Valentim, Silvani dos Santos; http://lattes.cnpq.br/8274357459966258; http://lattes.cnpq.br/9936190190143447; Silvani dos Santos Valentim; Écio Antônio Portes; Maria Adélia da CostaEste estudo objetivou analisar a implantação e, sobretudo, a implementação de uma política de ações afirmativas por meio de cotas sociais e raciais no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Esta pesquisa qualitativa centrou-se na implementação da Lei nº 12.711/2012 no CEFET-MG no período compreendido entre os anos de 2013 e 2015, com uma maior ênfase no primeiro semestre de 2015, momento em que a instituição implementou pela primeira vez a reserva de vagas prevista na legislação. Ainda que esta política de cotas tenha sido aplicada em processos seletivos da educação profissional técnica de nível médio e superior, ocupou-se nesta pesquisa somente dos processos seletivos de candidatos ao ensino superior. Um elemento fundamental para realização do estudo foi a análise do perfil de estudantes que ingressaram no CEFET-MG a partir do ano 2015. Isto possibilitou uma compreensão mais refinada acerca das trajetórias escolares desses discentes, permitindo, assim, conhecer por meio das entrevistas as expectativas de realização profissional de estudantes pretos e pardos, de acordo com o IBGE, mas que para os estudiosos das temáticas étnico-raciais são considerados negros ou afro-brasileiros. Acessou-se, também, documentos oficiais disponibilizados pela instituição como Editais, informações estatísticas sobre os candidatos classificados nos processos seletivos anteriores e posteriores a implementação da Lei de Cotas e atas das reuniões do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE), órgão da instituição responsável por deliberar sobre a implementação da Lei de Cotas. Para conhecer o perfil dos estudantes que ingressaram após a implantação da política de cotas, foram aplicados questionários aos graduandos que ingressaram na instituição no primeiro semestre de 2015, quando pela primeira vez o CEFET-MG passa a reservar 50% de suas vagas para estudantes egressos de escolas públicas, observando-se ainda os critérios de renda e a pertença racial. Também foram realizadas entrevistas com os estudantes negros que ingressaram na instituição no período estudado, por meio das cotas sociais e raciais, com o objetivo de conhecer a trajetória escolar de estudantes negros nos cursos de graduação da instituição, avaliar suas estratégias para acessar a esse nível de ensino na instituição, descortinar as dificuldades por eles enfrentadas para permanecer na instituição e conhecer quais são suas expectativas de realização profissional. Os resultados encontrados a partir dos questionários e das entrevistas foram analisados em consonância com as pesquisas já desenvolvidas sobre o tema ação afirmativa, assim como trajetórias escolares de estudantes negros no ensino superior. Os resultados encontrados indicam que a política de ação afirmativa na instituição tornou o acesso ao ensino superior mais democrático, uma vez que possibilitou um aumento de 24,92% de estudantes egressos de escolas públicas e de 12% de estudantes negros. Ademais, foi possível verificar que dentre os estudantes pesquisados, a maioria possui pais com escolarização até o ensino médio completo e com renda familiar de até cinco salários mínimos, possibilitando o acesso à instituição a estudantes que outrora teriam maiores dificuldades de acessar esse nível de ensino. Por outro lado, verificou-se a partir dos depoimentos dos estudantes cotistas que aqueles que concluíram todo o ensino fundamental e/ou médio em escolas públicas consideradas pelos mesmos como sendo de baixa qualidade, revelaram uma maior dificuldade em permanecer na instituição considerando o suposto rigor do ensino e dos professores, principalmente em razão da dificuldade excessiva com algumas disciplinas, em relação aos estudantes cotistas que cursaram o ensino fundamental em escolas privadas e o ensino médio em escolas públicas reconhecidas pela sua excelência no ensino como, por exemplo, o CEFET-MG. Pretende-se em um segundo momento, no bojo desta pesquisa que continuará, voltar a dialogar com estes futuros bacharéis, para acompanhar os processos de conclusão dos seus cursos e saber de suas perspectivas na carreira profissional escolhida.