Reveladores alternativos derivados de óxido de grafeno e carvão ativado para aplicações em papiloscopia forense

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Data

2023-10-30

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

Dentre os diversos métodos e técnicas que abrangem as Ciências Forenses, a Papiloscopia Forense é sem dúvida o mais utilizado para identificação humana, empregando a análise de impressões papilares para identificar indivíduos. Na Papiloscopia Forense, os pós para impressão digital são os materiais mais utilizados nos exames devido à facilidade de aplicação, portabilidade e versatilidade. Porém, a maioria desses pós é tóxica e prejudicial à saúde dos profissionais devido à exposição constante, tornando o ambiente de trabalho insalubre. Diante dessas premissas e na busca por soluções mais sustentáveis e tecnológicas, o Óxido de grafeno e o Carvão ativado são materiais com enorme potencial para substituir os pós convencionais para impressões papilares. Devido ao tamanho nanométrico de suas partículas e outras características como elevada área superficial de contato e grupos funcionais oxigenados que permitem diversas interações com outras substâncias ou materiais, o Óxido de grafeno pode ser utilizado nas ciências forenses como uma alternativa mais segura e tecnológica para substituir o pós convencionais, como o Negro de fumo, um produto potencialmente cancerígeno. Já o Carvão ativado é um material altamente poroso obtido a partir de matérias-primas orgânicas como madeira, coco, bambu, entre outras. É econômico e uma opção mais sustentável do que os pós convencionais. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho do Óxido de grafeno, Carvão ativado e seus derivados obtidos por síntese verde para aplicação no desenvolvimento de impressões papilares. Para a avaliação preliminar do desempenho do Óxido de grafeno e do Carvão ativado como reveladores de impressões papilares, impressões papilares gordurosas foram depositadas no vidro com aplicação de força moderada e revelação imediata. A mesma metodologia foi aplicada ao pó preto Hi-fi (um revelador de referência clássico) para comparação visual. A utilização do óxido de grafeno como revelador não permitiu a visualização das linhas papilares devido ao tamanho das partículas. Nesse caso, o material de partida foi triturado para a redução do tamanho e o teste de revelação foi repetido. Porém, nessa fase inicial, o Carvão ativado apresentou maior interação com os resíduos de impressões papilares, permitindo a visualização das linhas papilares e algumas minúcias. Posteriormente, o Óxido de grafeno e o carvão ativado foram oxidados na presença de dicloroisocianurato de sódio como agente oxidante, etanol como solvente, variando as fontes de energia (ultrassom e irradiação de micro-ondas). Os materiais oxidados foram então funcionalizados utilizando Ácido aminoacético como reagente e Etanol como solvente, sob irradiação de ultrassom ou micro-ondas. Materiais de partida, intermediários e produtos foram caracterizados por Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Difração de Raios X (DRX), Microscopia Eletrônica de Varredura (SME), Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS) e Espectroscopia Raman. As caracterizações dos materiais, obtidos nas diferentes etapas de síntese, permitiram constatar que a oxidação e inserção do grupo amino ocorreu de forma satisfatória e de acordo com a literatura científica. Os resultados obtidos com os testes de revelação indicaram que os materiais produzidos têm potencial para serem utilizados como reveladores na identificação de impressões papilares, além de serem mais seguros e obtidos por síntese verde.

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Palavras-chave

Papiloscopia, Ciências forenses, Química legal, Óxido de grafeno, Carvão ativado

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