Comparação da aderência de bactérias nas superfícies de polímeros presentes nos resíduos de serviço de saúde segregados e não segregados

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Data

2013-07-29

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Editor

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

O descarte dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) compõe uma importante cadeia de problemas ambientais e de saúde pública. Isto porque há um volume considerável de plásticos presentes nestes resíduos, além do característico perigo de contaminação por microrganismos patogênicos. Ainda há que se considerar o crescente aumento dos gastos financeiros com o gerenciamento destes resíduos, pois, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) orienta o tratamento específico de alguns tipos de RSS como uma etapa anterior à destinação final dos rejeitos. Por outro lado, grande parte do volume destes resíduos é composta por materiais poliméricos potencialmente recicláveis como: o polietileno (PE), polipropileno (PP), poli(cloreto de vinila (PVC), poliuretano (PU) e outros. Esses polímeros são amplamente empregados na fabricação de embalagens de soluções e de materiais médico-hospitalares, tanto de artigos críticos (aqueles usados em procedimentos invasivos) quanto nos artigos que não entram em contato direto com os pacientes. Entretanto, o descarte destes resíduos é feito de forma indiscriminada, no mesmo recipiente de acondicionamento. Plásticos como PP, PE e PVC, em função de suas características, apresentam diferentes possibilidades de aderência de microrganismos às suas superfícies, contudo, a legislação brasileira admite o envase de soluções parenterais em diferentes tipos de polímeros. A comparação da aderência de bactérias na superfície das embalagens de polímeros presentes nos RSS segregados e não segregados trará subsídios para o planejamento de ações envolvidas no seu gerenciamento, vislumbrando a possibilidade de redução do volume de resíduos potencialmente infectantes. Uma vez que, segundo a ANVISA, cerca de 70 a 80% dos RSS, que não apresentam risco, acabam potencialmente contaminados se não houver uma segregação adequada. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da segregação na contaminação microbiológica de resíduos poliméricos, bem como correlacionar as propriedades específicas dos polímeros PE e PP na aderência bacteriana. Assim, comparou-se a aderência de microrganismos na superfície externa das embalagens de soluções parenterais de grande volume (SPGV) fabricadas em PE e PP, de diferentes fabricantes. As amostras foram coletadas no Centro de Terapia Intensiva-1 do Hospital Público Regional de Betim, nas quais realizou-se a caracterização microbiológica das superfícies de embalagens segregadas e não segregadas utilizando-se placas de contato Petrifilm/AC 3M. Nas amostras virgens realizou-se inoculação bacteriana com cepa padrão ATCC de Staphylococcus aureus e procedeu-se a contagem dos microrganismos aderidos. A caracterização da superfície de amostras virgens foi realizada utilizando-se as técnicas de: microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia de absorção no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), rugosidade e hidrofobicidade. Os resultados mostraram que, no universo de amostras deste estudo, não houve diferença significativa na tendência à aderência bacteriana nas superfícies dos polímeros segregados e não segregados. Já no ensaio de adesão houve diferença significativa de aderência relativa ao tipo de polímero, PE e PP dos fabricantes estudados, pois, percebeu-se uma predileção pelo PP na aderência de S. aureus inoculados nas amostras virgens.

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Palavras-chave

Polímeros, Resíduos de serviços de saúde, Aderência bacteriana

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