Metodologia para mapeamento da suscetibilidade aos deslizamentos de taludes utilizando-se dados de acesso livre

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Data

2024-11-29

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

O crescimento acentuado dos centros urbanos requer significativo investimento em infraestrutura. No Brasil, boa parte das cidades de pequeno e médio porte não recebe financiamento suficiente em áreas básicas, como saneamento, drenagem e pavimentação. A ineficiência na prestação desses serviços públicos essenciais, combinadas com a construção irregular de habitações familiares de baixa renda em locais de riscos geológico-geotécnicos, favorecem a ocorrência de deslizamentos de taludes, principalmente nos períodos chuvosos. O poder público tem buscado propor políticas públicas, em parceria com a Defesa Civil, visando minimizar eventos de movimentos de massa e seus respectivos danos. Essa pesquisa propõe uma metodologia simples e eficaz para análise da suscetibilidade aos deslizamentos em municípios de pequeno e médio porte, utilizando-se plataforma SIG e dados de acesso livre. Para o desenvolvimento do trabalho, foram escolhidos os municípios de Ouro Preto, Mariana e Ouro Branco, todos pertencentes ao Quadrilátero Ferrífero, no estado de Minas Gerais. Para operacionalizar a proposta, o método multicritério de apoio a decisão AHP foi adotado, sendo possível, portanto, avaliar a relevância de cada critério escolhido, utilizando-se a opinião de especialistas. Para realização da álgebra de mapas, os fatores condicionantes desencadeadores dos deslizamentos de encostas utilizados e seus graus de importância relativos obtidos, foram: geologia (5,7%), geomorfologia (3,6%), pedologia (3%), declividade (37,8%), uso e ocupação do solo (9%), pluviosidade (33,2%) e direção das vertentes (7,7%). Na sequência, uma análise paramétrica de sensibilidade das notas atribuídas foi realizada, obtendo-se uma razão de consistência (RC) de 8,8% (satisfatório segundo a metodologia - RC<10%). Finalmente, o zoneamento realizado foi validado por meio de um inventário de cicatrizes de deslizamentos mapeado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) e fotointerpretação, cuja acurácia para Ouro Preto, Mariana e Ouro Branco foi de, respectivamente, 97%, 46% e 100%. Para a análise de conformidade da metodologia proposta, admitiu-se como apropriado o somatório da frequência das ocorrências para as classes de suscetibilidade média, alta e muito alta. Finalmente, os mapas gerados foram comparados com produtos cartográficos oficiais da União, desenvolvidos e disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e SGB/CPRM. O produto desta pesquisa mostra-se como informação gratuita importante e objetiva para subsidiar a Defesa Civil no direcionamento de suas atividades, bem como auxiliar o gestor público na priorização de regiões que demandem de investimentos de infraestrutura, contribuindo, dessa forma, com o bem-estar da sociedade, em consonância com o Marco de Sendai e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

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Palavras-chave

Movimentos de massa, Sistema de Informações Geográficas (SIG), Planejamento urbano, Deslizamento de encostas, Cartografia geotécnica

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