Navegando por Autor "Agossa, Mahulikplimi Obed Brice"
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Item Efeito retroativo do exame Celpe-Bras em práticas docentes de português como língua estrangeira: estudo em quatro contextos(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2023-08-11) Agossa, Mahulikplimi Obed Brice; Silva, Renato Caixeta da; http://lattes.cnpq.br/5061546427251909; http://lattes.cnpq.br/3290432533213763; Chaves, Idalena Oliveira; Leroy, Henrique Rodrigues; Tosatti, Natália Moreira; Coura Sobrinho, JerônimoNeste estudo, tratou-se do efeito retroativo do exame que outorga o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Efeito retroativo é a influência que um exame pode exercer em práticas de ensino e de aprendizagem, levando os/as envolvidos a tomar atitudes que não tomariam necessariamente não fosse pelo exame. Em documentos oficiais (BRASIL, 2020), o órgão criador do exame Celpe-Bras assumiu que este foi desenvolvido para, além de avaliar o nível de proficiência em português de locutora(e)s não nativos do português, ajudar a reorientar o ensino e a aprendizagem dessa língua para práticas conformes ao fundamentos teórico-metodológicos de dito exame. O exame, considerado como de natureza comunicativa, tem como conceitos-chave para sua operacionalização uma visão de proficiência não referenciada no falante “nativo”; o uso de textos considerados como autênticos; um conceito de língua-cultura que leva em consideração a interculturalidade; o desempenho na língua via cumprimento de tarefas comunicativas (BRASIL, 2020). O estudo foi realizado com quatro docentes de Português como Língua Estrangeira (PLE) repartidos em instituições diferentes, sendo duas no Brasil e duas em outros dois países latino-americanos, considerando uma instituição aplicadora e uma não aplicadora do exame no contexto brasileiro e no exterior. A análise baseou-se em dados colhidos de questionário preenchido, em 50 horas de aulas observadas e em documentos utilizados durante essas aulas. A descrição dessas aulas foi realizada com base no Communicative Orientation of Language Teaching, o COLT (ALLEN et al., 1984; SPADA; FRÖHLICH, 1995), adaptado para o os fins da pesquisa. Os resultados mostraram que todas as e todos os docentes participantes declaram ter bom conhecimento do Celpe-Bras, mesmo aquele que nunca foi avaliador, o que sugere que o exame entra como elemento importante na formação, seja inicial ou continuada, de docentes de PLE. No entanto, nem todos reconhecem a influência do exame em suas práticas. Após análise das aulas observadas, foi possível notar que algumas práticas, especialmente de turmas de níveis intermediários para cima, aproximaram-se dos ideais do Celpe-Bras quanto ao uso de materiais autênticos ou adaptados, de diversos gêneros discursivos; ao maior protagonismo das/dos aprendentes e à integração das habilidades utilizadas por esse público. Também foi possível concluir que o exame não é suficiente como política para melhorias profundas de práticas docentes, sendo necessária uma política que reforce a formação docente e a criação de um referencial para o ensino do português como língua estrangeira.Item Introdução das línguas nacionais no sistema educacional formal do Benin: causas do insucesso da política linguística e ideias de solução(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2024-03-19) Nouatin, Gbènoukpo Gérard; Parreiras, Vicente Aguimar; http://lattes.cnpq.br/0572931273424168; http://lattes.cnpq.br/3503602133908678; Parreiras, Vicente Aguimar; Dering, Renato de Oliveira; Mendes, Maurício Teixeira; Agossa, Mahulikplimi Obed Brice; Silva, Renato Caixeta daA República do Benin, "ex-"colônia francesa independente desde 1960, possui aproximadamente cinquenta (50) línguas locais ainda dominadas pelo francês, que acumula as funções de única língua oficial e de única língua da educação formal. Após a independência, por diversos motivos, os governos beninenses que se sucederam desde 1971 até recentemente manifestaram a intenção de mudar essa situação, pelo menos, no plano educacional, introduzindo as línguas nacionais beninenses no sistema educacional formal. Alguns chegaram a passar à ação, mas não tiveram êxito. Ademais, desde 2018, um silêncio político se instalou em torno da questão. Essa é a problemática para cuja solução busquei contribuir por meio do meu estudo. Portanto, procurei identificar possíveis causas do fracasso das tentativas de introduzir as línguas nacionais beninenses no sistema educacional formal, desde o início da década de 1970 até hoje, e apontar caminhos para solucionar os problemas inferidos. Assim, fiz um levantamento das ações realizadas ou previstas a cada tentativa; ponderei essas ações a fim de identificar causas do fracasso das diferentes tentativas e, por fim, pensei em soluções para resolver os problemas persistentes até hoje. Para tal, reuni documentos de vários tipos sobre a política linguística educacional objeto do estudo, dos quais extraí os dados da pesquisa, que tratei, por sua vez, com base numa matriz de análise que criei. Ela se compõe de parâmetros identificados na literatura sobre o assunto como fatores de sucesso ou de fracasso, no Benin e em outros contextos geográficos com situações linguísticas similares, assim como em contribuições teóricas de Calvet (1987, 2002, 2021) sobre Política e Planejamento Linguísticos. Em seguida, procedi à interpretação desses dados assim tratados para inferir os resultados da pesquisa. Estes indicam causas políticas e, consequentemente, ideológicas; falta de recursos (humanos, financeiros e materiais) assim como problemas técnicos, relativos ao não ou mau planejamento da política linguística durante determinados períodos e à forma como os planos de ação foram executados durante outras tentativas. Quanto às ideias de solução para esses problemas, inspirei-me nas considerações teóricas supramencionadas bem como em outras, oriundas dos estudos e pensamentos decoloniais: Benin (1983); Diop (1984); Quijano (1992, 2000, 2002); Mignolo (2004, 2017); Maldonado-Torres (2007); Dering (2021) etc. Os objetivos do estudo foram alcançados, o que lhe permite ser útil no Benin e nos países em situações similares. Ademais, ele constitui uma contribuição importante para os estudos de política linguística educacional.