Navegando por Autor "Fonseca, Sara Lopes"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Os jovens pobres e a construção civil: a recusa pelos canteiros de obras(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2017) Fonseca, Sara Lopes; Tomasi, Antônio de Pádua Nunes; http://lattes.cnpq.br/6507114081255256; http://lattes.cnpq.br/3785560509588065; Antônio de Pádua Nunes Tomasi; José Geraldo Pedrosa; Luciano Rodrigues CostaA construção civil foi uma das poucas possibilidades de oportunidade de trabalho para os jovens pobres, com baixa escolaridade, sem qualificação e oriundos do meio rural. Esse quadro tem mudado e cada vez menos eles parecem atraídos pelos canteiros de obras, onde os trabalhos pesados, insalubres e de pouco prestígio social ainda predominam. O cenário merece atenção, pois, se esses jovens encontram dificuldades para acessar o primeiro emprego, a construção civil reclama a falta de mão de obra. Os fatores que contribuíam, no passado, para tornar jovens pobres em operários parecem não serem muito diferentes dos atuais, com destaques, acentuados por nós, para a escola, a família e o grupo social. O que parece ser diferente é o caminho operário que eles tomam em busca de trabalho. A metodologia utilizada nesta pesquisa foram questionários, entrevistas e grupo focal com 14 jovens. Os participantes da pesquisa eram do sexo masculino, com idades entre 15 e 18 anos, alunos de escola pública e residentes na região de Belo Horizonte. Os resultados da pesquisa mostram que, quanto mais alto o nível de escolaridade dos jovens e mais habituados às tecnologias atuais, sobretudo as relacionadas à informática e à comunicação, mais atraentes lhes parecem as oportunidades de trabalho relacionadas às atividades de escritório. Da mesma forma, mais eles se julgam livres e no direito de escolher qualquer trabalho, ou seja, não se sentem na obrigação de ter o mesmo ofício de seus pais. Os jovens acreditam, ainda, que o sucesso ou o fracasso que possam vivenciar em suas vidas depende unicamente deles e que podem contornar as contingências sociais com esforço pessoal. Eles parecem também mobilizar os seus esforços para conseguir um trabalho que lhes permita ascensão social e poder. Mas, ao fracassarem na busca do trabalho desejado, eles inevitavelmente aceitarão trabalhos que consideram socialmente desvalorizados, como o da construção civil, visto como precário e sem garantias sociais.