Métodos estatísticos aplicados à calibração de índices de conforto térmico para ambientes urbanos
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Data
2021
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Editor
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Resumo
A calibração de índices de conforto térmico para ambientes urbanos é feita por meio
da utilização de métodos estatísticos, os quais correlacionam o valor numérico do
índice com a resposta sobre percepção de sensação térmica das pessoas, visando
determinar as faixas de conforto térmico e de desconforto térmico para o calor e para
o frio. Estudos que visam calibrar os índices Physiological Equivalent Temperature
(PET) e Universal Thermal Climate Index (UTCI) são crescentes em muitos países.
Porém, não existe atualmente um método estatístico padrão para a calibração. O
presente estudo busca aplicar e comparar os principais métodos de calibração em
uma mesma base de dados, visando obter a faixa neutra de sensação térmica.
Calibrações foram conduzidas por meio do uso dos três modelos estatísticos mais
citados nos estudos precedentes e de três escalas diferentes de percepção térmica
(3, 5 e 7 pontos) para uma amostra de 3.630 dados, provenientes de estudos
anteriores no município de Belo Horizonte. Foi realizada uma comparação dos
resultados obtidos pelo critério AIC (Akaike Information Criterion) e predições corretas.
Como resultado, os modelos linear, probito e logito foram os mais utilizados. O modelo
linear não foi aplicado neste estudo visto que a natureza da relação entre a escala de
sensação térmica e cada uma das variáveis preditoras foi não linear. Assim, optou-se
por ajustar um modelo não linear logístico de 4 parâmetros, com ajuste dos escores
de sensação térmica entre -0,5 e +0,5. Com este modelo foi obtido apenas o limite
superior da faixa de sensação térmica neutra. Os modelos ordinais (logito e probito)
foram calibrados por dois métodos de ajuste: método 1 de probabilidades pontuais e
método 2 de probabilidades cumulativas. Os modelos logito e probito apresentaram
limites da faixa de conforto térmico e valores de AIC similares. A calibração com
escalas de sensação térmica diferentes resultou em faixas de conforto térmico com
maiores amplitudes para os modelos de 7 pontos e menores amplitudes para os
modelos de 3 pontos. Em relação aos dois métodos de ajuste dos modelos ordinais,
o método 2 produziu resultados com menor amplitude e o método 1 apresentou maior
proporção de classificações corretas. Embora o método 1 tenha se mostrado superior
quanto a este critério, o método 2 tem o benefício de produzir faixas de sensação
térmica neutra comparáveis, uma vez que não depende do número de categorias de
sensação térmica. Assim, tanto o método 1 quanto o método 2 dos modelos ordinais
são úteis para o desenvolvimento de soluções sobre conforto térmico de uma
determinada área urbana.
Descrição
Palavras-chave
Instrumentos de medição - Calibração, Conforto térmico, Solo urbano - Uso - Estatística