De costas no chão: memória e esquecimento em Diário da queda, de Michel Laub
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Data
2019-12-13
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Editor
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Resumo
Este trabalho de pesquisa propõe uma leitura do romance de Michel Laub, Diário da queda (2011), tendo como fios condutores as relações entre literatura, memória e esquecimento. O referido estudo visa identificar, a partir das contribuições de Walter Benjamin e Georges Didi-Huberman, a presença de índices materiais que ativam a memória, validando-a ,no livro, por meio do trânsito temporal por vários assuntos, contextos, vivências: pelo trauma, pelos objetos, pelos escritos, pelos sentidos. Além disso, interessa pensar nas marcas do silêncio, considerando as interações que muito comunicam mesmo sem o uso de palavras, ou seja, seria aquilo que não se dá conta de lembrar nem de esquecer. Outro aspecto relevante é o esquecimento ligado a Auschwitz, que diz respeito às vivências no campo de concentração, silenciadas, possivelmente, como estratégia de prosseguir, apesar das histórias traumáticas, e ao Alzheimer - o pai do narrador recebe este diagnóstico,e sua memória passa, então, por um processo de destruição em razão da doença. Pretende-se,por fim, evidenciar a potência da construção da narrativa e, partindo da contribuição de Friedrich Nietzsche, pensar a força plástica da memória que opera como uma outra linha de força do romance. Dessa forma, a interpretação do romance que fazemos mobiliza linhas de força que atravessam a escrita de Michel Laub, tais como: memória, imagem, fabulação, silêncio e esquecimento.
Descrição
Palavras-chave
Laub, Michel, 1973-, Memória (Filosofia), Esquecimento