Plataformização do texto: reconfiguração de práticas de escrita e edição a partir de mediações algorítmicas do Google

dc.contributor.advisorRibeiro, Ana Elisa
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/7474445800716834
dc.contributor.authorCruz, Luana Teixeira de Souza
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/3272607526465335
dc.contributor.refereeRibeiro, Ana Elisa
dc.contributor.refereeCoscarelli, Carla Viana
dc.contributor.refereeCosta, Verônica Soares da
dc.contributor.refereeVecchio, Pollyana Mattos
dc.contributor.refereeSilva, Rogério Barbosa da
dc.date.accessioned2025-06-11T19:33:49Z
dc.date.available2025-06-11T19:33:49Z
dc.date.issued2023-09-25
dc.description.abstractA produção, circulação e leitura de textos em ambiente digital estão atravessadas pelas plataformas online. Por isso, vivemos uma cultura digital pós-plataformas cada vez mais implicada pela comunicação mediada por algoritmos e pela tradução de tudo em dados numéricos. Esta pesquisa investiga a reconfiguração das práticas de escrita e edição a partir das lógicas algorítmicas do Google, que se firmou como uma plataforma infraestrutural capaz de ordenar, filtrar e selecionar a produção imaterial online. A incorporação de técnicas em resposta às demandas de ranqueamento do Google é comum e praticada de modo ambivalente por produtores e editores de texto. A ambivalência está no fato de que esses produtores se sentem, por um lado, na condição de ter que equilibrar seu trabalho entre a relevância para públicos e para algoritmos; por outro, muitos deles criam táticas de produção que parecem vencer a caixa-preta do Google em nome da performance de conteúdos. Esta pesquisa tem como suporte teórico a Linguística Textual, com referências que compreendem o texto não com base em sua essência, mas, sim, diante de suas condições de produção, circulação e leitura, ou seja, a partir da sua existência. Como inspirações metodológicas, temos os Estudos de Plataformas, Estudos de Algoritmos e Métodos Digitais, que têm matrizes conceituais originárias dos Estudos de Ciência e Tecnologia. Recorremos também aos Estudos de Busca na Web, que, por sua vez, alimentam-se de ideias do campo de Recuperação da Informação. No percurso de pesquisa, integramos duas etapas de métodos qualitativos: 1) análises documentais da plataforma de busca Google, para compreensão de funcionamento e governança; 2) experiências de escrita e edição de textos, em um espaço simulado no WordPress.com, para observar as práticas incorporadas por produtores e editores. O corpus da etapa 1 é composto por documentos que têm ênfase jurídica e tentam proteger o Google de atitudes danosas praticadas por seus usuários. Também há documentos que dizem respeito às expectativas da plataforma sobre o que é apropriado ou não durante o uso do motor de busca e, ainda, sobre o que é ideal para alcançar melhores performances de circulação de conteúdo. O corpus da etapa 2 é composto por cinco textos que representam diferentes modos de produção, objetivos, públicos e gêneros discursivos. Na análise, emergiram cinco categorias que nos permitem entrelaçar a elegibilidade algorítmica do Google com as práticas de escrita em ambiente digital. Concluímos que a plataformização do texto é o fenômeno composto pelo atravessamento de critérios algorítmicos e normatizações, definidas pelas plataformas de busca, na escrita e edição. Demonstramos que o Google mudou nosso jeito de escrever, porque consolidou como quase inevitável seu modelo de indexação e classificação, que tensiona produtores de texto a redigir pensando em uma relevância mitológica. Esse tensionamento faz surgir o texto pós-plataformas, de caráter imanente e contingente, que se constrói de modo hipertextual, pela natureza do meio e dos processos de leitura, e em atenção ao desempenho para a visibilidade.
dc.description.abstractotherThe production, circulation and reading of texts in a digital environment are crossed by online platforms. Therefore, we live in a post-platform digital culture, increasingly implicated in communication mediated by algorithms and the translation of everything into data. This research investigates the reconfiguration of writing and editing practices based on Google's algorithmic logic, which has established itself as an infrastructural platform capable of ordering, filtering and selecting immaterial production online. The incorporation of techniques in response to Google's ranking is common and practiced ambivalently by text producers and editors. The ambivalence lies in the fact that these producers feel, on the one hand, that they have to balance their work between relevance for audiences and for algorithms, on the other hand, many of them create production tactics that seem to beat Google's blackbox in the name of content performance. This research is theoretically supported by Text Linguistics, with references that understand the text not based on its essence, but rather on its production, circulation and reading conditions, that is, from its existence. As methodological inspirations, we have Platform Studies, Critical Algorithm Studies and Digital Methods, which have conceptual matrices originating from Science and Technology Studies. We are also inspired by Web Search Studies, which in turn feed on ideas from Information Retrieval. In the course of the research, we integrated two phases of qualitative methods: 1) document analysis of Google, to understand its operation and governance; 2) experiences of writing and editing texts, in a simulated space on Wordpress.com, to observe the practices incorporated by producers and editors. The corpus of phase 1 is composed of documents that have a legal emphasis and try to protect Google from harmful attitudes practiced by its users. There are also documents regarding the platform's expectations about what is appropriate or not when using the search engine, and also about what is ideal to achieve better content circulation performances. The corpus of phase 2 is composed of five texts that represent different modes of production, objectives, audiences and discursive genres. In the analysis, five categories emerged that allow us to connect Google's algorithmic eligibility with writing practices in a digital environment. We conclude that the platformization of the text is the phenomenon composed by the crossing of algorithmic criteria and norms, defined by the search engine, in writing and editing. We demonstrate that Google has changed our way of writing, because it has consolidated its indexing and classification model as almost inevitable, which forces text producers to write with a mythological relevance in mind. This tensioning gives rise to the post-platform text, of an immanent and contingent character, which is built in a hypertextual way due to the nature of the medium and the reading processes, but also in attention to the performance for visibility.
dc.identifier.urihttps://repositorio.cefetmg.br//handle/123456789/1620
dc.language.isopt
dc.publisherCentro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
dc.publisher.countryBrasil
dc.publisher.initialsCEFET-MG
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
dc.subjectEdição (Editoração)
dc.subjectFormação algorítmica
dc.subjectVisibilidade
dc.subjectMotores de busca
dc.subjectPlataformização - Textos
dc.titlePlataformização do texto: reconfiguração de práticas de escrita e edição a partir de mediações algorítmicas do Google
dc.typeThesis

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