Biopolítica, cinema e a construção do devir-afro-pindorâmico

dc.contributor.advisorMoreira, Wagner José
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/6728484056396293
dc.contributor.authorAmâncio, Cardes Monção
dc.contributor.refereeMoreira, Wagner José
dc.contributor.refereeGuimarães, César Geraldo
dc.contributor.refereeFranklim, Margareth Cordeiro
dc.contributor.refereeSilva, Rogério Barbosa da
dc.contributor.refereeOliveira, Luiz Henrique Silva de
dc.date.accessioned2025-05-19T20:29:35Z
dc.date.available2025-05-19T20:29:35Z
dc.date.issued2019-12-12
dc.description.abstractA presente tese analisa a imagem do sujeito negro no Brasil, produzida por autores brancos ao longo dos séculos de escravidão e após a abolição, para a criação e manutenção do ideário colonial e a normatização da opressão pelo racismo. Parte-se da análise da representação fotográfica da população brasileira durante o período escravocrata, quando é possível detectar o uso das imagens para a construção de um conceito de raça sem fundamentação biológica, com objetivo de estabelecer e perpetuar a superioridade branca. Sendo a escravidão uma das primeiras manifestações da biopolítica no mundo (MBEMBE), a extensão do poder senhorial sobre o corpo do escravizado à sua imagem é uma das provas dessa hipótese mbembiana. Essas imagens coloniais demandam ainda hoje a restituição de um nome (BENJAMIN) aos sujeitos negros retratados, a partir de uma exigência de redenção (AGAMBEN) – algo que o cinema é capaz, e como veremos, tem se ocupado em fazer. A impossibilidade de autorrepresentação da população negra nas imagens estáticas persiste nas imagens em movimento após a invenção do cinema, assim a pesquisa remonta o histórico da interdição do sujeito negro e a construção na primeira metade do século XX de um cinema nacional instrumentalizado pelas teorias racistas do branqueamento populacional e da democracia racial. Será analisada a repetição de problemas da representação negra feita por diretores brancos, do passado e do presente, à luz da nova produção teórica dos intelectuais negros e dos brancos anti-racistas – que incluem conceitos como branquitude, espectador resistente, fragilidade branca e interseccionalidade. A partir de uma perspectiva de biopolítica afirmativa, a pesquisa se concentra na tomada de controle da população negra sobre sua representação imagética, cujo marco é a obra “Alma no olho” (Zózimo Bulbul, 1973). Uma das hipóteses da pesquisa é que o cinema negro propiciou abertura para o surgimento de um cinema ligado ao território que responde às desterritorializações causadas pelo capital. Assim analisa-se o cinema dos quilombos e o cinema das ocupações urbanas em suas bases ligadas a um direito nativo antropofágico que destaca a posse ante a propriedade, o valor de uso em detrimento do valor de troca e garante a todo ser vivente uma terra. A partir dessa hipótese relaciona-se o cinema negro e o cinema dos territórios com o devir-negro do mundo (MBEMBE) e sua capacidade libertária, ancorada nas tradições insurgentes de resistência dos povos escravizados à opressão. Aproximando o pensamento de Mbembe com o do quilombola Antonio Bispo dos Santos, a pequisa aponta de forma inicial o devir-afro-pindorâmico como um caminho para se criar alternativas ao neoliberalismo. A tese conclui que estes cinemas são vetores de liberdade e atuam na desconstrução do racismo, cuja eliminação é condição para a reinvenção da comunidade, que por sua vez não se separa da produção do comum.
dc.description.abstractotherThis thesis analyzes the image of the black subject in Brazil, produced by white authors throughout the centuries of slavery and after abolition, for the creation and maintenance of colonial ideas and the normalization of oppression by racism. It starts from the analysis of the photographic representation of the Brazilian population during the slavery period, when it is possible to detect the importance of images for the construction of a concept of race without biological foundation, aiming to establish and perpetuate white superiority. Since slavery is one of the first manifestations of biopolitics in the world (MBEMBE), the extension of the lordly power over the body of the enslaved to its image is one of the proofs of this mbembian hypothesis. These colonial images still demand the restitution of a name (BENJAMIN) to the black subjects portrayed from a demand for redemption (AGAMBEN) - something that cinema is capable of, and as we will see, has been busy doing.The impossibility of self-representation of the black population in still images persists in moving images after the invention of cinema, the research goes back to the history of the black subject's interdiction and the construction in the first half of the twentieth century of a national cinema instrumentalized by racist bleaching theories. population and racial democracy. The repetition of black representation problems made by white directors of the past and present will be analyzed in light of the new theoretical production of black intellectuals and anti-racist whites - which include concepts such as whiteness, resistant spectator, white fragility, intersectionality, among others. From an affirmative biopolitics perspective, the research focuses on taking control of the black population over their imagery representation, whose milestone is the work “Alma no eye” (Zózimo Bulbul, 1973). One of the hypotheses of the research is that the black cinema provided opening for the emergence of a territory-linked cinema that responds to the deterritorializations caused by capital. Thus is analyzed the cinema of the quilombos and the cinema of urban occupations in their bases linked to an anthropophagic native right that emphasizes the ownership before the property, the use value over the exchange value and guarantees to every living being a land. From this hypothesis, the black cinema and the cinema of the territories are related to the black becoming of the world (MBEMBE) and its libertarian capacity, anchored in the insurgent traditions of resistance of the enslaved peoples to oppression. Approaching the theories of Mbembe and the quilombola Antonio Bispo dos Santos, the research initially points out the Afro-Pindoramic becoming as a way to create alternatives to neoliberalism. The thesis concludes that these cinemas are vectors of freedom and act in the deconstruction of racism, whose elimination is a condition for the reinvention of the community, which in turn is not separate from the production of the common.
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
dc.identifier.urihttps://repositorio.cefetmg.br//handle/123456789/1525
dc.language.isopt
dc.publisherCentro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
dc.publisher.countryBrasil
dc.publisher.initialsCEFET-MG
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
dc.subjectCinema - Negros
dc.subjectBiopolítica
dc.subjectDevir (Filosofia)
dc.subjectRacismo
dc.subjectQuilombos
dc.subjectDireito à moradia
dc.titleBiopolítica, cinema e a construção do devir-afro-pindorâmico
dc.typeTese

Arquivos

Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
Biopolítica, cinema e a construção do devir-afro-pindorâmico.pdf
Tamanho:
7.45 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Licença do Pacote
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.39 KB
Formato:
Item-specific license agreed to upon submission
Descrição: