A literatura periférica do Coletivoz Sarau de Periferia e do SLAM Clube da Luta de Belo Horizonte: uma análise da formação de leitores e escritores por meio de performances poéticas como letramentos literários de reexistência

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Data

2022-12-14

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

Esta pesquisa tem como tema o papel da Literatura Marginal-Periférica-Contemporânea dos Saraus e Slams de Belo Horizonte na formação de jovens leitores e escritores por meio de performances poéticas, que podem ser compreendidas como práticas de Letramentos Literários de Reexistência. O Movimento de Literatura Marginal-Periférica dos Saraus e Slams de São Paulo se expande nos anos 2000 para outros centros urbanos do Brasil. O Coletivoz Sarau de Periferia (2008) e o Poetry Slam Clube da Luta (2014) são os precursores dessas literaturas contemporâneas das periferias de Belo Horizonte e da cena de Minas Gerais. Justifica-se, pois, há 13 anos, o Sarau Coletivoz, o Slam Clube da Luta e outros coletivos de sarau/slam mobilizam um público significativo de jovens e adultos para seus eventos, ações e performances poéticas em espaços não-institucionalizados da rua: bares, praças, esquinas, estações de metrô. Esse fenômeno literário-cultural, que circula principalmente por meio da performance oral, contradiz o cenário estatístico de baixo desempenho das práticas de leitura e escrita dos jovens nos exames nacionais e internacional, uma vez que tem conquistado, no meio urbano, muitos jovens leitores e escritores. Diante dessa realidade, viu-se a necessidade de compreender a relação entre oralidade e escrita em práticas poéticas contemporâneas, o que levou esta pesquisa a formular o objetivo geral de investigar a Literatura Marginal-Periférica-Contemporânea dos Saraus e Slams de Belo Horizonte na formação de jovens leitores e escritores por meio de performances poéticas, práticas e ações não-escolarizadas de Letramentos Literários de Reexistência e seus contrastes com os letramentos escolares. Para tanto, metodologicamente, foi desenvolvida uma abordagem inspirada na etnografia, associada à análise intersemiótica das performances poéticas, da Literatura Periférica em duas comunidades interpretativistas, uma na periferia e outra no centro da cidade. O arcabouço teórico perpassa, e é influenciado, pelos conceitos/categorias de Letramentos Literários de Reexistência/Formação de Leitores (SOUZA, 2011; ROJO, 2009; PAULINO, 2004; COSSON, 2016); da Literatura Marginal-Periférica de Saraus/Slams (WALTY, 2014; OLIVEIRA JR., 2016; TENNINA, 2017; COELHO, 2017); de Sistema/Campo literário (CANDIDO, 2000; BOURDIEU, 1996), da Literatura Brasileira Contemporânea (SCHOLLHAMMER, 2009; DALCASTAGNÈ, 2012; ROCHA, 2015; RESENDE, 2017); Etnografia e Antropologia Urbana (GEERTZ, 2008; MAGNANI, 2007), de Performance Poética e Oralitura (ZUMTHOR, 2014; MARTINS, 2021). Os resultados identificam que o Movimento de Literatura Periférica dos Saraus e Slams pode se configurar como uma Agência de Multiletramentos Literários e seus poetas-performers como Agentes de Letramentos de Reexistência, formando muitos jovens e adultos leitores e escritores em espaços não-escolares e, também, transitando por espaços institucionais dos sistemas de educação e de cultura.

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Palavras-chave

Periferias urbanas - Cultura - Aspectos sociais, Literatura Popular, Letramento, Performance (Arte)

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