Programa de Pós Graduação em Estudos de Linguagens - POSLING
URI Permanente desta comunidade
Navegar
Navegando Programa de Pós Graduação em Estudos de Linguagens - POSLING por Assunto "Análise crítica do discurso"
Agora exibindo 1 - 3 de 3
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Discurso docente: representações e avaliações de professores de língua espanhola ante as leis 11.161/2005 e 13.415/2017(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2020-12-11) Fernandes, Juliene Vieira; Silva, Renato Caixeta da; http://lattes.cnpq.br/5061546427251909; http://lattes.cnpq.br/0127117122872104; Arão, Lilian Aparecida; Coelho, Iandra Maria Weirich da Silva; Franken, Everton LuizA disciplina de Língua Espanhola, assim como as demais disciplinas escolares, é constituída em meio a um complexo e dinâmico processo de práticas discursivas. Concentrada nessas práticas, o propósito desta dissertação explora, nos discursos depreendidos da Lei 11.161/2005, da Lei 13.415/2017 e documentos normativos decorrentes dessas, avanços e retrocessos, ideologias políticas e práticas linguísticas discursivas constitutivas da profissão do docente de espanhol como língua estrangeira. Reflete, ainda, nos dizeres dos professores, considerações sobre o ensino de espanhol no Brasil. Fundamentada na visão foucaultiana de discurso como constructo político, este estudo é desenvolvido a partir do posicionamento postulado pela Análise Crítica do Discurso. Estabelece, portanto, suas reflexões por meio das contribuições da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1978; HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004, 2009 e 2014) abordadas nos sistemas semântico-discursivos (MARTIN e ROSE, 2007). Esta análise contemplou os sistemas de Periodicidade e Avaliatividade proporcionando o entendimento da progressão textual, bem como as avaliações e representações dos docentes de Espanhol como Língua Estrangeira no Ensino Médio sobre impacto das políticas públicas de ensino deste idioma. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e interpretativa, realizado a partir da análise das Leis 11.161/2005, 13.415/2017 e entrevistas de amostragem intencional (KNOBEL, LANKSHEAR, 2008) de atores sociais específicos, justificada pela vivência e trajetória desses profissionais. As análises sinalizaram o impacto das Leis e seu valor simbólico, bem como, as complexas avaliações e representações dos professores de espanhol a respeito da relevância da disciplina para os estudantes de E/LE como mais uma língua para um repertório de idiomas estrangeiros no componente curricular do Ensino Médio no Brasil. As referências e a estrutura temática, presentes nesta pesquisa, levam à percepção de que para que se estabeleçam políticas públicas de ensino de línguas estrangeiras no Brasil, levando em consideração as relações de poder que envolvem todos os agentes dessas práticas sociais, requerem um trabalho sistematizado para explorar as potencialidades discursivas da linguagem a fim de contribuir para seu aprimoramento.Item Entre a subversão e a violência: a resistência discursiva nos relatos de si do livro Elza, sob a ótica da Análise Crítica do Discurso(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2024-04-29) Barros, Bruna Fernandes; Silva, Renato Caixeta da; http://lattes.cnpq.br/5061546427251909; http://lattes.cnpq.br/5579151973636625; Morais, Argus Romero Abreu de; Carmo, Cláudio Márcio do; Silva, Giani David; Arão, Lilian AparecidaPensar os estudos de gênero é, essencialmente, pensar mulheres, suas vivencias, limitações e práticas. Assim como Beauvoir reconhece a mulher como o outro, aquele que precisa ser nomeado, pois foge à norma, que seria ser homem, o gênero feminino seria o único marcado, aquele para o qual o próprio conceito de gênero se torna necessário. Se entendemos que o homem seria o não-gênero, a norma, o branco seria então a não-raça. Esta lógica da branquitude como padrão é discutida por Schwarcz em seus trabalhos. Portanto, se a mulher é marcada por ser mulher e a pessoa negra por sua negritude, a mulher negra é marcada duplamente, seu corpo é negado duas vezes.Esse percurso pode ser acompanhado estatisticamente na história, na atualidade e é ilustrado por meio da biografia de Elza Soares. A cantora foi um ícone internacional, de um talento reconhecido por grandes críticos musicais em todo mundo, mas precisou lutar até o fim para ser reconhecida como tal. Na vida pessoal, Elza também sofreu violências, por ser negra, por ser mulher, por ser pobre. Foi obrigada a se casar ainda adolescente, a cuidar de seus filhos na miséria e a superar violências também dentro de casa. Mesmo depois de conhecer a fama, Elza precisou travar batalhas por todas suas conquistas e se provar muito mais do que outros artistas consolidados na mesma época que a sua.No entanto, esse estudo não é sobre a luta em si, mas sobre a resistência, esta que está contida em muitas lutas, mas, para além disso, antecipa-se a todas elas. Por meio do discurso de resistência, Elza conta sua história, sem glória permanente, repleta de pequenas e grandes vitórias e derrotas. Ler Elza Soares, a partir do livro Elza (2018), de Zeca Camargo, pode ser uma forma de começar a ler inúmeros sujeitos, em especial mulheres negras, entender suas complexidades que vão além de sua formação social, mas que atravessam seu íntimo e sua construção como indivíduos. Cada pessoa possui um mundo em sua história, a de Elza Soares parece apresentar a força e a complexidade de uma galáxia.A fim de estudar esse território discursivo, trago autores como Collins (2009) para compreender a relação da mulher negra no mundo, Foucault (1996, 2004) e Butler (2019) para entender a relação do sujeito com o mundo e si mesmo, Arfuch (2010), Lejeune (2008) e Arendt (2000) a fim de conversar sobre biografia, autobriografia e seus atravessamentos nos sujeitos, entre outros. Para realizar a análise aplicando a Análise Crítica do Discurso, Fairclough (1989, 1992, 2009, 2017) e Martin e Rose (2007) embasam a estrutura teórico-metodológica e as categorias de análise.Este estudo é direcionado pelo objetivo geral de analisar o ato de relatar a si mesma como um processo dialético no livro Elza, com base em pressupostos da Análise Crítica do Discurso em consonância com estudos sobre resistência, poder, e autobiografia. E, para atingir tal objetivo, determino outros três objetivos específicos: definir a relação entre a ACD, a metodologia dialético-relacional e os recursos de significação a fim de embasar a análise discursiva; definir biografia, autobiografia e seus enredamentos, atravessando história, política e sociedade; e definir resistência discursiva a partir dos conceitos de discurso, resistência e poder.Por fim, busco responder à questão: Qual a relação entre a resistência discursiva e a construção do sujeito pela narrativa (de si) na obra biográfica Elza, de Zeca Camargo? Hipoteticamente, afirmo que o sujeito resiste pela narrativa, seja na narrativa do mundo contada para si mesmo, ou até mesmo da noção de si. E, se considerarmos que nossa visão de mundo está diretamente associada a quem pensamos que somos, podemos considerar que a narrativa, em geral, é indissociável do sujeito. No caso de Elza Soares, arrisco dizer que a resistência a constitui tanto quanto sua capacidade de mudança e adaptação e que, apesar de talvez não existir um eu fixo nomeável imutável, é exatamente nessa capacidade do reconhecimento de ser sem nunca de fato ter sido que reside a resistência.Item Não nos ignorem: representações discursivas sobre as juventudes em livro didático destinado à educação de jovens e adultos ensino fundamental(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2022-05-06) Nascimento, Rosilene Maria; Ribeiro, Luiz Antônio; http://lattes.cnpq.br/0200464870006735; http://lattes.cnpq.br/8657857656340206; Ribeiro, Luiz Antônio; Azeredo, Luciana Aparecida Silva; Baptista, Patrícia Rodrigues Tanuri; Oliveira, Heli Sabino deEsta pesquisa propôs-se a compreender como as juventudes na faixa etária entre 15 e 24 anos são representadas discursivamente nos livros didáticos da Educação de Jovens e adultos (EJA), já que estes estudantes compõem mais de 60% das matrículas, conforme o último IBGE/2018. Chamamos a atenção para o fato de que, embora haja acesso, não há permanência dos estudantes em turmas iniciais e em turmas diploma-conclusão, conforme aponta Rojo (2001, p. 28). A exclusão escolar se evidencia pela reprovação, pela evasão ou por poucos avanços na aprendizagem, entre outras razões. Decidimos analisar os livros didáticos que circulam nas turmas da EJA, para observarmos a sua contribuição neste processo de prática social excludente. Nosso corpus foi o Livro EJA MODERNA, 2013, anos finais, aprovado no último PNLD/EJA/2014, em específico, os capítulos destinados à disciplina Língua Portuguesa. Através da abordagem qualitativa, ancoramos a pesquisa na base teórica da Análise Crítica do Discurso, proposta por Fairclough (2001); e na base analítica da Decolonização da Análise crítica do discurso, sob a égide do pensamento de Resende (2019). Também sustentados pelos letramentos críticos de Paulo Freire (2015) Soares (2017), Monte Mór (2018), Street (2014), compreendemos a visada autoidentitária das juventudes através das mais variadas práticas sociointeracionais. Para compreensão das juventudes, tomamos como base os estudos teórico-críticos das juventudes de BH efetivados por Dayrell (2003), Da silva (2007) e Arroyo (2018), (2019), (2020). Construímos um quadro de análise decolonial, interrogando-nos sobre as práticas decoloniais de expurgo do outro e silenciamento do corpo e vozes das juventudes que não são representadas discursivamente, através de textos escritos, imagens ou do próprio letramento comum utilizado. Consideramos, como Bagno (2015), que o ensino gramatical presente nesses livros compõe a lógica da exclusão à aprendizagem. Os resultados sinalizam que a proposta pedagógica sistematizada nos livros didáticos para o ensino de leitura, escrita e oralidade privilegia a naturalização, o eufemismo e uma abordagem monolinguística centrada na norma culta. Em contrapartida, exclui do debate a cultura, os valores, as necessidades essenciais e os anseios das juventudes negras, periféricas, que constituem o maior público da EJA. A importância desta pesquisa reside na reflexão sobre os letramentos críticos e nos estudos decoloniais como forma de compreender as relações de poder, de desigualdade e de injustiça social. Na conclusão, sugerimos novas pesquisas com novos atores sociais e defendemos a urgente necessidade de lutarmos por uma pedagogia com base nos letramentos críticos para a EJA, que em vez da omissão assume o lugar da transformação e da potencialização.