História, memória e relações etnicorraciais: diálogos com a juventude negra da educação profissional e tecnológica integrada de nível médio do CEFET MG

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Data

2015-06-22

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

A forma como a história do Brasil é construída e difundida, inferiorizando sujeitos e naturalizando preconceitos, tem impedido a formação de uma sociedade igualitária e fomentado uma variedade de discriminações que se revelam cotidianamente e atingem principalmente a parcela negra e pobre da nossa sociedade. Diante desse cenário de desigualdades raciais essa pesquisa trabalha com a memória como fonte com o intuito de compreender as impressões construídas pelos jovens negros estudantes da Educação Profissional e Tecnológica Integrada de Nível Médio sobre os caminhos percorridos até o ingresso no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET/MG. Para atingir esse objetivo esse estudo investigou as escolas por onde esses jovens passaram, as relações que estabeleceram com os estudos, a opção pela educação profissional, as estratégias utilizadas para ingresso no CEFET MG e principalmente suas vivencias e impressões construídas sobre raça, racismo, cotas, desigualdade racial e de oportunidades, preconceito e outras questões referente às relações etnicorraciais em suas vidas e em nossa sociedade. Trata-se de uma pesquisa histórica apoiada na História Oral como suporte teórico e metodológico. Foram escolhidos para esse diálogo os jovens que ingressaram no CEFET MG no 1º semestre de 2014, pois compreendemos que a história oral deve ser empregada em pesquisas contemporâneas, como é o caso dessa, pois os sujeitos não precisam recorrer a um passado muito distante para refletir sobre suas memórias. Os instrumentos utilizados para esse diálogo foram aplicação de questionário e realização de entrevistas. Através desse estudo os jovens revisitaram suas memórias e trouxeram a público mais do que fatos e acontecimentos, eles revelaram seus sentimentos, conquistas e ilusões, abordando questões sobre a presença cotidiana do racismo em nossa sociedade e de que forma essa mazela influenciou ou não suas experiências e expectativas quando à educação. O recorte racial é uma variável muito importante para se compreender o perfil dos jovens atualmente matriculados na educação profissional, pois nos ajuda a entender porque apenas uma pequena parte dos jovens negros consegue romper as fronteiras da desigualdade e ingressar em uma instituição de ensino cuja seleção exige um intenso preparo educacional, como é o caso do CEFET MG.

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Palavras-chave

Ensino profissional, História oral, Relações etnicorraciais

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