A evasão dos alunos do curso de formação profissional de adultos PROGEST/CEFET-MG: uma análise discursiva

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Data

2021-07-20

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

Inserida na “Linha de pesquisa III: Processos formativos na educação profissional e tecnológica” do Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), esta pesquisa, de cunho qualitativo, levanta as motivações da evasão escolar no curso de Gestão de Obras (GO), ofertado pelo Programa de Estudos em Engenharia, Sociedade e Tecnologia (PROGEST) do CEFET-MG. Partindo da questão norteadora: “como explicar os altos índices de evasão no curso de Gestão de Obras?”, propõe-se conhecer o ponto de vista, não apenas dos gestores e formadores do curso e/ou da teoria sobre evasão, mas também e principalmente do adulto profissional que evade de um curso gratuito, relacionado à sua trajetória profissional, para o qual se inscreveu e conquistou uma vaga por meio de um processo seletivo. O objetivo geral desta pesquisa é levantar as motivações para tal evasão. Os objetivos específicos são: 1) verificar em que medida os motivos alegados pelos ex-alunos para a evasão se aproximam ou distanciam das hipóteses levantadas pelos formadores e coordenadores do curso; 2) levantar a visão dos exalunos sobre a pedagogia adotada no curso; 3) averiguar se há relação entre evasão e a pedagogia adotada. Para tal, foram realizadas conversas informais com a coordenação e formadores e entrevistas semiestruturadas com ex-alunos do curso, analisadas à luz da análise do discurso de linha francesa. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CEFET-MG, por meio do CAAE nº 37665920.7.0000.8507. Com base no referencial teórico, especialmente em Michel Foucault e Paulo Freire, e nas condições de produção dos dizeres, os excertos foram analisados em três eixos: 1) motivos pessoais; 2) motivos relacionados ao curso e 3) motivos relativos à pedagogia adotada. Os resultados obtidos apontam para a presença de motivos pessoais e relacionados ao curso e, de modo transversal, ao discurso neoliberal perpassa a maior parte desses motivos. Em parte, os motivos da evasão já eram sinalizados pelos coordenadores: o dia letivo coincidia com o dia útil na construção civil e a presença de alunos com acesso ao ensino superior. No entanto, o corpus nos revelou outros motivos, como a indisponibilidade do refeitório para a alimentação e a oferta de aulas apenas no formato presencial e com horários rígidos. Ademais, no que tange à pedagogia adotada no curso, os relatos apresentam tanto aproximações (dialogismo e problematização) quanto distanciamentos (exercícios e avaliações – educação bancária) da perspectiva freiriana de educação. Porém, não foi possível relacionar a pedagogia adotada com a evasão. Observamos também silenciamento a respeito da falta de conhecimento base e a possibilidade de que a quantidade de atividades extraclasse e de disciplinas ofertadas concomitantemente, associada a uma pedagogia tradicional, possa aumentar a evasão. Os resultados apontaram ainda para a necessidade da realização de novas pesquisas sobre o curso, por exemplo, no que tange à (não) formação docente dos formadores e suas implicações nas/para as práticas em sala de aula.

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Palavras-chave

Evasão escolar, Trabalhadores da construção civil, Ensino profissional, Construção civil, Construção civil - Administração, Análise do discurso

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