Relações de gênero e divisão sexual do trabalho na engenharia: interlocuções com o Programa Ciência sem Fronteiras

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Data

2017-03-17

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

A segregação feminina no mundo do trabalho apresenta-se como uma questão histórica, social, cultural e econômica. Estereótipos e marcadores de gênero influenciam as escolhas profissionais das mulheres, limitam suas perspectivas de carreiras e criam guetos de profissões feminizadas. No Brasil destacam-se as engenharias como uma crescente, porém ainda baixa participação feminina, tanto nos cursos de graduação, quanto no mercado de trabalho. Tal exclusão horizontal ou fenômeno do “Labirinto de Cristal” (LIMA, 2013) caracteriza as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para se inserir e ascender profissionalmente em determinadas áreas do conhecimento - em geral, aquelas de maior reconhecimento econômico, tais como as áreas tecnológicas. Em relação à formação e qualificação profissional, sobretudo nas engenharias, o programa de mobilidade estudantil internacional, público e federal, Ciência sem Fronteiras (CsF), de 2012 a 2015 priorizou enviar alunos/as, professores/as e pesquisadores/as para o exterior, com expressivo número de mulheres entre os/as estudantes bolsistas. Nesse contexto, o presente trabalho investigou se o CsF contribuiu para a capacitação, inserção e atuação profissional de estudantes do curso de Engenharia de Produção Civil do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), egressas do Programa, no mercado de trabalho da engenharia. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, teórico-empírica, constando de levantamentos documentais e de entrevistas semiestruturadas com as egressas. Como referencial teórico para análise dos dados utilizou-se de teorias da Sociologia do Trabalho Francesa, de base marxista, baseando-se principalmente nas obras de Hirata (2002; 2007; 2009) e Kérgoat (1989; 2007). Os achados apontam para uma crescente escolarização feminina no Brasil e a conquista gradual de áreas de atuação pouco usuais ao público feminino, particularmente, as engenharias. Evidenciou-se a contribuição do CsF para a qualificação profissional das mulheres e um diferencial quando do momento de contratação, contudo, não foi evidenciado se tal participação contribuiu de forma decisiva para uma maior ascensão profissional feminina nessa área.

Descrição

Palavras-chave

Educação e trabalho, Divisão do trabalho, Diferença entre sexos, Identidade de gênero, Relações de gênero, Engenharia - Estudo e ensino

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