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Por uma tecnoética: Hans Jonas e o princípio responsabilidade

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Data

2018-08-28

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

Esta pesquisa teve por objetivo expor as concepções que fundamentam a obra do filósofo alemão Hans Jonas à luz do livro Princípio Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Jonas se vale argumentativamente da figura mitológica de Prometeu para caracterizar o homem advindo da civilização técnico-industrial, para o qual o fazer técnico configura-se como elemento inerente à sua própria existência - ―Prometeu está definitivamente desacorrentado‖. Conforme Jonas, o homem moderno não encontra limites para sua ação. As ações humanas, ao seu ver, são potencializadas pelo conhecimento proveniente da ciência, uma vez mobilizado na técnica moderna. Nesse sentido, Jonas sustenta que a técnica moderna dá ao homem poderes até então não conhecidos por ele e, assim, permite-lhe colocar em risco o equilíbrio da natureza e de sua própria existência. Nesses termos, Jonas confere à técnica moderna a capacidade de produzir um sistema tão poderoso, no qual o homem passa a viver em função dela, pondo-a como fim em si e não mais como instrumento que possa prover o seu bem-estar. Por conseguinte, o homem passar a ser o objeto da técnica moderna e esta se constitui como sujeito. Sobremaneira, o avanço da ciência e da tecnologia e de todas as conquistas provenientes do uso delas podem se converter em ameaça às espécies vivas, e não somente humana, aos ecossistemas e à biosfera. A tecnologia gera, assim, risco em relação ao futuro da humanidade. Posto isso, Jonas constrói a propositura da necessidade de refundação de uma ética a qual responda às especificidades da civilização tecnológica. Desse modo, Jonas idealiza um novo paradigma ético cujo princípio é a responsabilidade. Isto posto, esse novo princípio deve estar para além das relações do momento presente e interpessoais, típicas da ética tradicional, ou seja, esse novo princípio precisa ser responsável para com as gerações futuras e para com a natureza e inclui-las como objetos da nova ética. Neste contexto, diante do futuro da humanidade ameaçado pela força da técnica moderna, Jonas, adverte quanto à necessidade de se colocar freios voluntários nos avanços tecnológicos, é preciso, pois, um ‗poder sobre o poder‘. É neste cenário de ameaça apocalíptica que o filósofo credencia o medo do extermínio, não somente da humanidade, mas de todo o planeta, como método dessa nova ética. Pois, de acordo com Jonas, é diante do prognóstico de um futuro de incertezas quanto à sua própria existência, a possibilidade da extinção não somente da humanidade, mas de todo o planeta que freará o progresso tecnológico. Portanto, ante à perspectiva do medo, o homem há de despertar um sentimento coletivo de responsabilidade e acrescenta Jonas, de temor. É a previsibilidade do perigo, o reconhecimento do malum, que funcionará como bússola para o despertar de uma ética do respeito, a ética do Princípio Responsabilidade.

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Palavras-chave

Tecnologia - Filosofia, Ética

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