Profissionalização dos dirigentes públicos: reflexões sobre Chile e Portugal

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Data

2017-09-01

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Editor

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Resumo

Objetivou-se com essa dissertação analisar, no contexto das reformas do setor público, as políticas de profissionalização de dirigentes públicos. A partir das experiências do Chile e de Portugal procura-se analisar tais políticas, buscando entender quais seus alcances e suas limitações. A profissionalização dos dirigentes tem sido um dos principais focos das reformas no setor público de diversos países. Esses dirigentes aparecem como elementos de condução e permanência de mudanças na medida em que auxiliam na consolidação da gestão estratégica e proporcionam o acúmulo das capacidades institucionais e a atemporalidade das políticas. A promoção de mudanças dentro das organizações demanda dirigentes capazes de orientar as pessoas em prol dessas mudanças. A profissionalização de dirigentes públicos depende de reformas na estrutura organizacional, nas regras de recursos humanos, nas formas de seleção, nas competências gerenciais, na gestão do desempenho e do desenvolvimento, bem como na cultura política e organizacional do setor público. O estudo constituiu-se em uma pesquisa qualitativa-descritiva em que foram utilizados documentos e 16 entrevistas semiestruturadas como forma de coleta de dados no Chile e em Portugal. A partir da análise dos dados foi possível perceber que ambos os países percorrem o caminho da profissionalização de dirigentes públicos com similaridades. Os elementos e variáveis que levam a essa profissionalização, desde a estruturação de sistemas direcionados a dirigentes até a adoção de novas práticas de recrutamento e seleção, se assemelham nos países indo ao encontro das tendências mundiais encontradas na literatura. O principal ponto de convergência na profissionalização dos dirigentes de ambos os países é a busca pelo mérito e pela combinação de critérios profissionais e políticos na seleção e gestão desses dirigentes. No entanto, os países também se aproximam nas limitações encontradas durante essa profissionalização. Os resultados sugerem que, apesar da tentativa de introdução de elementos meritocráticos, ficam dúvidas em relação à efetividade dessa implementação. Não se percebe um equilíbrio entre critérios políticos e profissionais. A influência política parece interferir na dinâmica e em todo o processo de profissionalização dos dirigentes, tendendo a balança entre Administração e Política, para a confiança em detrimento do mérito. O equilíbrio parece ser uma questão ainda a ser conquistada.

Descrição

Palavras-chave

Educação - Cooperação intenacional, Política pública, Ensino superior

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