Mestrado em Estudos de Linguagens
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando Mestrado em Estudos de Linguagens por Autor "Azeredo, Luciana Aparecida Silva"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Aprendizagem de inglês como língua estrangeira por design – desenvolvimento de multiletramentos(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2019-03-20) Viana, Amanda Inês; Bambirra, Maria Raquel de Andrade; http://lattes.cnpq.br/2281336030427188; http://lattes.cnpq.br/5843856637552533; Azevedo, Eliane Marchetti Silva; Ribeiro, Ana Elisa Ferreira; Azeredo, Luciana Aparecida SilvaO final do século XX e o início do século XXI testemunharam grandes mudanças na forma como interagimos e nos comunicamos, em grande parte devido ao uso de tecnologia digital. Com a sua democratização, as maneiras pelas quais as pessoas passam a produzir sentido em suas práticas sociais também se modificam (KRESS, 2006). Nesse contexto, Kalantzis e Cope (2009) e Kalantzis e Cope (2010) acusam o surgimento da Geração Participativa nas escolas, em função da postura agentiva e autônoma assumida cada vez mais pelos estudantes, rompendo com o paradigma tradicional autoritário de ensino, centrado na figura do professor, segundo o qual ensinar é transferir conhecimento. Com o intuito de compreender a produção de sentidos feita atualmente por estudantes adolescentes no interior de Minas Gerais, propõe-se a realização desta pesquisa de natureza aplicada, abordagem qualitativa e orientação exploratória, proposta em formato de Estudo multicaso. Contamos com a participação voluntária de nove estudantes de inglês entre 12 e 16 anos, matriculados em um curso livre na cidade de Matozinhos/MG. A pesquisa empírica deu-se por meio da coleta de dois vídeos caseiros criados em inglês pelos participantes, em dois momentos - início e final do semestre letivo, bem como por meio da coleta de uma entrevista semiestruturada com cada um dos participantes ao final do semestre. Buscou-se identificar com essa análise: (1) como cada letramento manifestou-se nos vídeos; (2) se houve desenvolvimento dos multiletramentos pelos participantes e, em caso positivo, como e em qual fase da pedagogia do design isso ocorreu; e (3) se os participantes podem ser reconhecidos como pertencentes à Geração Participativa. Ao analisar comparativamente os vídeos 1 e 2, foi possível perceber que, de modo geral, na elaboração do vídeo 1, os participantes deixaram de observar as principais características do gênero perfil pessoal e as condições de produção textual em formato vídeo, privilegiando o modo de representação linguístico aos demais. Depois de vivenciarem os processos de conhecimento (COPE; KALANTZIS, 2012; 2015): 'experienciar', 'conceituar' e 'analisar', em que ouviram os colegas, os participantes produziram o vídeo 2, utilizando todos os outros modos de representação (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006), de maneira mais equilibrada em relação ao uso do modo linguístico, superando, em maior ou menor medida, as deficiências da produção anterior. Finalmente, constatou-se que, no caso desta pesquisa, o que mais amplamente proporcionou o desenvolvimento de multiletramentos foi o processo de conhecimento 'analisar'. Foi por meio dele que os participantes consolidaram o conhecimento teórico construído nas fases de 'experienciar' e de 'conceituar'. Tal constatação parece evidenciar a importância singular que tem a reflexão na aprendizagem de uma língua estrangeira, conforme defendem, entre tantos outros, Arruda e Bambirra (2008) e Bambirra (2009). Ainda, foi possível caracterizar os participantes como representantes da Geração Participativa, uma vez que todos apresentaram pelo menos quatro das seis características que definem o conceito, conforme critérios de análise pré-estabelecidos.Item Não nos ignorem: representações discursivas sobre as juventudes em livro didático destinado à educação de jovens e adultos ensino fundamental(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2022-05-06) Nascimento, Rosilene Maria; Ribeiro, Luiz Antônio; http://lattes.cnpq.br/0200464870006735; http://lattes.cnpq.br/8657857656340206; Ribeiro, Luiz Antônio; Azeredo, Luciana Aparecida Silva; Baptista, Patrícia Rodrigues Tanuri; Oliveira, Heli Sabino deEsta pesquisa propôs-se a compreender como as juventudes na faixa etária entre 15 e 24 anos são representadas discursivamente nos livros didáticos da Educação de Jovens e adultos (EJA), já que estes estudantes compõem mais de 60% das matrículas, conforme o último IBGE/2018. Chamamos a atenção para o fato de que, embora haja acesso, não há permanência dos estudantes em turmas iniciais e em turmas diploma-conclusão, conforme aponta Rojo (2001, p. 28). A exclusão escolar se evidencia pela reprovação, pela evasão ou por poucos avanços na aprendizagem, entre outras razões. Decidimos analisar os livros didáticos que circulam nas turmas da EJA, para observarmos a sua contribuição neste processo de prática social excludente. Nosso corpus foi o Livro EJA MODERNA, 2013, anos finais, aprovado no último PNLD/EJA/2014, em específico, os capítulos destinados à disciplina Língua Portuguesa. Através da abordagem qualitativa, ancoramos a pesquisa na base teórica da Análise Crítica do Discurso, proposta por Fairclough (2001); e na base analítica da Decolonização da Análise crítica do discurso, sob a égide do pensamento de Resende (2019). Também sustentados pelos letramentos críticos de Paulo Freire (2015) Soares (2017), Monte Mór (2018), Street (2014), compreendemos a visada autoidentitária das juventudes através das mais variadas práticas sociointeracionais. Para compreensão das juventudes, tomamos como base os estudos teórico-críticos das juventudes de BH efetivados por Dayrell (2003), Da silva (2007) e Arroyo (2018), (2019), (2020). Construímos um quadro de análise decolonial, interrogando-nos sobre as práticas decoloniais de expurgo do outro e silenciamento do corpo e vozes das juventudes que não são representadas discursivamente, através de textos escritos, imagens ou do próprio letramento comum utilizado. Consideramos, como Bagno (2015), que o ensino gramatical presente nesses livros compõe a lógica da exclusão à aprendizagem. Os resultados sinalizam que a proposta pedagógica sistematizada nos livros didáticos para o ensino de leitura, escrita e oralidade privilegia a naturalização, o eufemismo e uma abordagem monolinguística centrada na norma culta. Em contrapartida, exclui do debate a cultura, os valores, as necessidades essenciais e os anseios das juventudes negras, periféricas, que constituem o maior público da EJA. A importância desta pesquisa reside na reflexão sobre os letramentos críticos e nos estudos decoloniais como forma de compreender as relações de poder, de desigualdade e de injustiça social. Na conclusão, sugerimos novas pesquisas com novos atores sociais e defendemos a urgente necessidade de lutarmos por uma pedagogia com base nos letramentos críticos para a EJA, que em vez da omissão assume o lugar da transformação e da potencialização.