Doutorado em Estudos de Linguagens
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Navegando Doutorado em Estudos de Linguagens por Autor "González, Jenny Teresita Guerra"
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Item O direito de publicar: autopublicação, fast-publishing e tecnologias digitais no mercado editorial brasileiro(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2022-11-29) Vecchio, Pollyanna de Mattos; Ribeiro, Ana Elisa; http://lattes.cnpq.br/7474445800716834; http://lattes.cnpq.br/6126068549062032; Ribeiro, Ana Elisa; Lessa, Cláudio Humberto; González, Jenny Teresita Guerra; Domingos, Ana Cláudia Munari; D'Andréa, Carlos Frederico de BritoEsta pesquisa investiga a autopublicação e o advento das tecnologias digitais no mercadoeditorial brasileiro, tendo como foco o autor autopublicado e sua projeção discursiva de si. Aautopublicação é o ato de um autor publicar seu livro ou outro produto editorial de formaindependente, em resposta a uma demanda própria, com ou sem a assistência de uma editoraprofissional ou plataforma de autopublicação e sem riscos financeiros para a empresa contratada(ARAÚJO, 2011; 2013; MÜLLER, 2017; JESUS; BLOTTA, 2018; JESUS, 2017; 2020;VECCHIO, 2020a; 2020b). Uma vez que o mercado editorial está permeado por imagináriossocioculturais que reforçam o estereótipo do autor autopublicado como um profissional demenor valor, pelo fato de suas publicações não terem passado pelo crivo de uma editoraconvencional, entendemos que se trata de um profissional invisibilizado. Assim, esta pesquisautiliza a Análise do Discurso de linha francesa para investigar um conjunto de entrevistas feitascom autores de ficção e poesia autopublicados em plataformas disponíveis no Brasil. Comometodologia, foi feita uma integração de métodos qualitativos e quantitativos de coleta e análisede dados, por meio de uma triangulação de técnicas de pesquisa, quais sejam: a) análisedocumental; b) questionário semiestruturado; e c) entrevistas em profundidade. Na análisedocumental, consideramos como corpus os contratos das plataformas digitais de autopublicaçãocom os autores autopublicados. As entrevistas foram realizadas em duas fases: FASE 1 – umquestionário semiestruturado online aplicado a uma amostra de 380 autores dentro do perfildesejado, a fim de desenvolver um mapeamento da categoria no Brasil; e FASE 2 – uma amostrade vinte entrevistas em profundidade, coletadas e analisadas com técnicas de narrativa de si(ARFUCH, 2010; BERTAUX, 2006), com o intuito de observar a projeção de si dosentrevistados e a forma como os imaginários sociodiscursivos oriundos do mercado editorial edas plataformas se manifestam em suas falas. A pesquisa tem como suporte teoriascontemporâneas da Edição, a Filosofia da Tecnologia e estudos sobre o Capitalismo dePlataforma (SRNICEK, 2016). Em relação à análise dos contratos, revelou-se que há índices deprecarização do trabalho na relação entre as plataformas e os autores, na esteira daplataformização do trabalho e da produção cultural. Em relação aos autores, as projeções de sidos entrevistados revelam, entre outros, os seguintes perfis: a) autores que não têm experiênciano mercado editorial e se enquadram no perfil clientelista descrito por Müller (2017); b) autoresque se submetem às lógicas algorítmicas de funcionamento das plataformas e produzemmercadoria cultural contingente (POELL; NIEBORG, 2018); e c) autores que demonstram umavisão crítica de si, de sua função como autor independente, do papel desempenhado pelaplataforma dentro do mercado editorial e que se apropriam da tecnologia a seu favor, a fim dealcançar uma realização humana que aqui argumentamos que seja fundamental para muitoshomens e mulheres, em todo o mundo e ao longo da história: o direito de publicar. Comoresultado da pesquisa, buscando contribuir para melhor compreensão sobre a autopublicaçãodigital no Brasil e seus desdobramentos para o futuro do campo da Edição, propomos ecomplementamos três concepções: 1) a Fast-publishing, o modelo como o capitalismo deplataforma se manifesta no mercado editorial e na literatura; 2) o Coletivismo de plataforma,um efeito colateral não previsto pela fase atual de desenvolvimento da tecnologia e que sebaseia na sua apropriação e possível subversão por parte de seus usuários; e 3) o Autor-Editor,o perfil atual de um profissional que se torna editor na prática em função de sua atuação comoautor autopublicado.