Doutorado em Estudos de Linguagens
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Navegando Doutorado em Estudos de Linguagens por Assunto "Decolonialidade"
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Item Introdução das línguas nacionais no sistema educacional formal do Benin: causas do insucesso da política linguística e ideias de solução(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2024-03-19) Nouatin, Gbènoukpo Gérard; Parreiras, Vicente Aguimar; http://lattes.cnpq.br/0572931273424168; http://lattes.cnpq.br/3503602133908678; Parreiras, Vicente Aguimar; Dering, Renato de Oliveira; Mendes, Maurício Teixeira; Agossa, Mahulikplimi Obed Brice; Silva, Renato Caixeta daA República do Benin, "ex-"colônia francesa independente desde 1960, possui aproximadamente cinquenta (50) línguas locais ainda dominadas pelo francês, que acumula as funções de única língua oficial e de única língua da educação formal. Após a independência, por diversos motivos, os governos beninenses que se sucederam desde 1971 até recentemente manifestaram a intenção de mudar essa situação, pelo menos, no plano educacional, introduzindo as línguas nacionais beninenses no sistema educacional formal. Alguns chegaram a passar à ação, mas não tiveram êxito. Ademais, desde 2018, um silêncio político se instalou em torno da questão. Essa é a problemática para cuja solução busquei contribuir por meio do meu estudo. Portanto, procurei identificar possíveis causas do fracasso das tentativas de introduzir as línguas nacionais beninenses no sistema educacional formal, desde o início da década de 1970 até hoje, e apontar caminhos para solucionar os problemas inferidos. Assim, fiz um levantamento das ações realizadas ou previstas a cada tentativa; ponderei essas ações a fim de identificar causas do fracasso das diferentes tentativas e, por fim, pensei em soluções para resolver os problemas persistentes até hoje. Para tal, reuni documentos de vários tipos sobre a política linguística educacional objeto do estudo, dos quais extraí os dados da pesquisa, que tratei, por sua vez, com base numa matriz de análise que criei. Ela se compõe de parâmetros identificados na literatura sobre o assunto como fatores de sucesso ou de fracasso, no Benin e em outros contextos geográficos com situações linguísticas similares, assim como em contribuições teóricas de Calvet (1987, 2002, 2021) sobre Política e Planejamento Linguísticos. Em seguida, procedi à interpretação desses dados assim tratados para inferir os resultados da pesquisa. Estes indicam causas políticas e, consequentemente, ideológicas; falta de recursos (humanos, financeiros e materiais) assim como problemas técnicos, relativos ao não ou mau planejamento da política linguística durante determinados períodos e à forma como os planos de ação foram executados durante outras tentativas. Quanto às ideias de solução para esses problemas, inspirei-me nas considerações teóricas supramencionadas bem como em outras, oriundas dos estudos e pensamentos decoloniais: Benin (1983); Diop (1984); Quijano (1992, 2000, 2002); Mignolo (2004, 2017); Maldonado-Torres (2007); Dering (2021) etc. Os objetivos do estudo foram alcançados, o que lhe permite ser útil no Benin e nos países em situações similares. Ademais, ele constitui uma contribuição importante para os estudos de política linguística educacional.Item O português como língua de acolhimento (PLAc) nas narrativas de mulheres migrantes(Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2022-04-04) Silva, Flávia Campos; Arão, Lílian Aparecida; http://lattes.cnpq.br/3976006976620049; http://lattes.cnpq.br/9505084917656676; Arão, Lílian Aparecida; Osório, Paulo José Tente da Rocha Santos; Leroy, Henrique Rodrigues; Moreira, Carla BarbosaEsta tese refere-se a uma contribuição para a ampliação dos estudos linguísticos sobre a prática de ensino de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) no Brasil. Partindo da análise do discurso de mulheres migrantes aprendizes de PLAc, cujas vozes foramsequestradas e impedidas de existir na História das Migrações, o objetivo é, por meio da abertura de espaço para que esse grupo possa dizer-se e compartilhar suas experiências nos percursos e procedimentos migratórios, verificar que tipo de configuração éconstruída sobre esse ensino de Português que está posicionado como uma das poucas formas de agenciamento linguístico no nosso país. Assim, esta investigação está dedicada a 1) Caracterizar o ensino de PLAc no Brasil e no CEFET-MG; 2) Verificar se e como o PLAc participa do processo de reconstrução identitária das mulheres migrantes na sociedade da acolhida; 3) Analisar se e como o PLAc tem contribuído para uma (re)configuração discursiva de padrões de sociabilidade e para a construção de outras inteligibilidades por meio do acesso à língua 4) Comparar se o discurso da mulher migrante aprendiz do curso de PLAc condiz com a proposta de ensino dessa prática socioeducativa que está posicionada como uma abordagem estruturada com vistas ao cumprimento de uma função social, humana, política, crítica e transgressiva. O percurso de trabalho é iniciado por uma tentativa de (des)estabilização discursiva da atual configuração migratória que tem enxergado formas de agenciamento quase exclusivamente pelo viés da problemática (MARTINS, 1998; ELHAJJI, 2011; BAUMAN, 2017). Na sequência, o contexto sócio-histórico em que a migração feminina no Brasil e no mundo começou a ser (re)significada e os reflexos de um tímido reconhecimento da presença da mulher nos fluxos será analisada (ASSIS, 2003, 2007; BOYD; GRIECO, 2003; USHER, 2005; MARINUCCI, 2007; BASSANEZI, 2012; MATOS et al., 2018). No curso da investigação, será realizada uma reflexão sobre os conceitos de PLAc de modo a apontar sua importância em um quadro de ausências de políticas linguísticas de Estado para migrantes de crise no Brasil e verificar seu (suposto) potencial emancipatório e participação no processo de (re)territorialização do sujeito migrante no novo endereço de domicílio (AMADO, 2011, 2013, 2016; BARRANTES, 2015; MARQUES, 2018; ARANTES ET AL., 2015, 2016, 2017; PEREIRA, 2016; VESCHI, 2017; HARTWIG; SILVA, 2017; GROSSO ,2010; VIEIRA, 2010; REZENDE, 2010; SÃO BERNARDO, 2016; LOPEZ, 2016; CAMARGO, 2019; BOTTURA, 2019)–abordagens que têm problematizado a dinâmica de funcionamento do PLAc (SANTOS, 2000; ANUNCIAÇÃO, 2017, 2018; LOPEZ, 2018; DINIZ; NEVES, 2018), com vistas à ampliação da compreensão do objeto de pesquisa,também serão contempladas. Dando continuidade à investigação, as teorizações de Spolsky (2004, 2009, 2012); Mariani (2004, 2007), Zoppi-Fontana; Diniz (2008), Zoppi-Fontana (2009), Diniz (2010, 2012) e Oliveira (2007, 2013) serão exploradas de modo a verificar quais são as implicações das políticas linguísticas no funcionamento da língua de acolhimento no Brasil hoje. A análise dos dados da pesquisa será feita com base nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (PÊCHEUX, 1969, 1971, 1975, 1984, 1990; ORLANDI, 1992, 2001, 2012) e em aspectos conceituais das Narrativas de Vida (BAKHTIN, 1929, 1963; RICOUER, 1997; LEJEUNE 2008; ARFUCH, 2010). Para explorar a narrativização de experiências, os processos de (re)negociação identitária e os modos de subjetivação das mulheres migrantes frente ao fomento da acolhida linguística, oriento-me pelos pressupostos de Foucault (1975, 1984, 1979/1980) e Butler (2015). A metodologia desta tese será conduzida por preceitos da Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006); Emancipada (RAJAGOPALAN, 2010); Crítica e Transgressiva (PENNYCOOK, 2001, 2006) e da práxis decolonial (ORTIZ FERNÁNDEZ, 2004; MIGNOLO, 2007; QUIJANO, 2005, 2008; WALSH, 2002, 2005, 2007, 2009, 2013) –escolhas inevitáveis para dar conta da complexidade dos imperativos migratórios e suas subjetividades e (re)direcionar o olhar do/no Sulpara as lutas que se impõem nesse universo de multiterritorialidades tão particulares em que o PLAc se desenvolve.